Lindas, inteligentes, focadas na carreira. Hoje, as mulheres estão cada vez mais em busca de status intelectual e profissional. Com isso, os relacionamentos amorosos vão ficando para depois. É o que mostrou recentemente a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento apontou que o número de mulheres universitárias “livres” supera em 54% o de homens, ou seja, as mulheres com nível superior ficam mais solteiras que os homens na mesma condição.
Segundo o estudo, são 800 mil mulheres a mais solteiras, viúvas ou separadas e que não vivem com um cônjuge. Nos demais grupos de instrução, a diferença não passa de 10%.
Seria o fato atribuído ao sexo feminino estar atualmente mais preocupado em se consolidar profissionalmente e financeiramente, deixando a vida a dois para segundo plano; ou aos homens, que se assustam diante das mulheres independentes?
“Acredito que uma junção dos dois. As mulheres buscam independência e os homens se assustam com isso, fazendo com que tenham receio de iniciar um relacionamento”, acredita a estudante do 2º ano de Administração, Jackeline Oliveira, 22 anos, sem namorado há três anos.
Natalia Vasconcelos, especialista em Negociações Econômicas Internacionais e Bacharel em Relações Internacionais, preferiu priorizar os estudos, o que a levou estar sem um parceiro há algum tempo, “mas não sem companhia”, destaca. “Não sei se isso assusta, mas a indisponibilidade para a vida social afasta as pessoas em geral, não somente os pretendentes”, disse.
A terapeuta de casais, Cláudya Toledo, explica que o pensamento das mulheres de hoje é bem diferente do conceito de anos atrás. “Antigamente, a mulher era devota ao marido, até por questão de sobrevivência e, atualmente, ela quer depender de si mesma. Agora, as mulheres trabalham como homens e, para elas, o romance e o sexo precisam de cultivo maior; com a falta de tempo, isso não acontece”, explica.
Diferenças
A tendência de mulheres com formação superior é procurar por homens que também se preocupem com o intelecto. “Prefiro aqueles que estudaram o mesmo ou mais que eu, pois eles têm bastante o que conversar, a possibilidade do papo agradar é bem maior que a de outros”, fala Natalia. Jackeline segue a mesma linha de pensamento. “Se tiver o mesmo nível de estudo é melhor, pois a compatibilidade de ideias será mais concreta”.
A terapeuta diz que o sexo feminino leva muito em consideração o nível mental na escolha do parceiro. “Para o homem, pesa mais a questão da beleza, o visual; já para a mulher, ter ao lado um homem que não diga coisa com coisa é sofrível”.
Equilíbrio
No momento, os planos de Natalia continuam no âmbito profissional. Jackeline afirma que seus projetos de carreira e para uma vida a dois estão equilibrados. “Acredito que para a felicidade ser completa tem que haver a combinação dos dois”, opina ela.
A terapeuta ressalta que, tanto a parte financeira, quanto a emocional, nos move sobremaneira, mas é preciso fazer uma junção saudável de ambas. “Precisamos das duas coisas, mas ainda mais do amor, pois, sem ele, nem teríamos chegado aqui. É preciso amar para a vida fazer sentido. Estamos em uma sociedade muito consumista e esquecemos que nossa missão é amar e ser amado. O dinheiro é da terra; o amor é do céu”, conclui.