Por Liége Zampol – Conservadora/Restauradora de Obras de Arte
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Continuando o tema da edição anterior, cujo tema foi RENASCENÇA, vamos dar sequência com o período denominado CLASSICISMO.
Os artistas da Renascença associavam a Idade Média com declínio cultural pelo que se distanciavam dela e a substituíam pelo estudo da Antiguidade Grega e Romana, cujas realizações pretendiam não apenas igualar, mas antes suplantar. Neste aspecto, todos eles tinham um típico e geral fascínio pelos valores da Grécia e Roma clássicas.
Tal influência do passado clássico fez-se sentir em todas as áreas da arte. Quer fosse na arquitetura, na escultura ou na pintura, os artistas da Renascença desejavam criar obras que fossem unificadas pelos princípios coerentes do design que reconheciam na arte e na arquitetura clássicas. O Classicismo da Renascença também se caracteriza pelo ressurgimento de temas clássicos retirados da história e mitologia clássicas.
Na pintura, Masaccio revolucionou a representação do espaço através da utilização coerente da perspectiva.
Donatello deu uma contribuição semelhante à escultura. O seu David foi a primeira estátua isolada e sem apoio de um nu masculino desde a Antiguidade.
Os seus contemporâneos enalteceram-na pela sua semelhança com o real e a sensação de movimento apresentada, embora haja alguma controversa acerca da figura mitológica clássica que ele representa.
O mais dramático corte com o passado medieval foi inicialmente empreendido pelos arquitetos da Renascença, Brunelleschi e Alberti, que abandonaram a arquitetura gótica e restabeleceram um vocabulário arquitetônico clássico. Procederam ao estudo de muitos edifícios clássicos que tinham sobrevivido na Itália e deram novo impulso aos princípios das suas construções, não se limitando a copiar as características do seu estilo. Conceberam seus edifícios na base de razões matemáticas tendo por objetivo atingir um design simétrico e unificado. Muitas das suas construções foram inspiradas diretamente por, ou moldadas segundo, edifícios clássicos.
Bramante e Alberti contribuíram para o reviver da crença clássica de que a natureza (onde o homem representa sua expressão mais elevada) é regida por leis racionais, que podemos entender e aplicar às nossas próprias criações.
Texto extraído do livro “…ismos” entender a arte, Stephen Litlle.
Na próxima edição, trataremos sobre o Humanismo.