Segundo IHA, Ribeirão era a cidade mais violenta do ABC em 2007; desova de corpos pode ser a justificativa

Na última semana, a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) divulgou o IHA (Índice de Homicídios na Adolescência) relativo entre os anos de 2005 e 2007, com base nos dados levantados pelo Laboratório de Análise da Violência da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). O IHA foi lançado em 2009 e pretende estimar o risco que adolescentes, com idade entre 12 e 18 anos, têm de perder a vida por causa da violência. Além disso, o estudo também avalia fatores que podem ampliar esse risco, como raça e gênero, além da idade e meio (arma de fogo). A expectativa é que o Índice seja um instrumento que contribua para monitorar esse fenômeno e, também, para a avaliação de políticas públicas, tanto no âmbito local, estadual e federal.

O IHA pretende estimar o risco que adolescentes tem de perder a vida em virtude da violência

Na região do Grande ABC, o estudo foi feito em seis cidades. Rio Grande da Serra não foi incluída no levantamento, pois a população é inferior a 100 mil habitantes.

Em 2007, a cidade mais violenta da região era Ribeirão Pires, com IHA de 2,59. Em 2005 o IHA era de apenas 0,49, e em 2006 de 1,71. Por ser uma cidade localizada em área de manancial, a desova de corpos torna-se comum no município e o aumento no índice pode estar atribuído a essa questão.

Na lista divulgada pelo SEDH, Diadema aparece em segundo lugar na região, com índice de 2,03. Depois aparece Mauá (1,09), São Bernardo (0,77) e Santo André (0,60). De acordo com a pesquisa, São Caetano não registrou homicídios na faixa etária analisada.

Brasil – A cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, continua liderando o ranking de homicídios entre as cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, com 11,8 mortes para cada grupo de 1.000 adolescentes entre 12 e 18 anos. Em seguida, aparecem os municípios de Cariacica (ES), com 8,2 e Olinda (PE), com 8.

Nos últimos três anos, o risco relativo dos negros em comparação com os brancos vem aumentando moderadamente. Da mesma forma, a proporção de homicídios cometidos com arma de fogo também vem se incrementando. Por último, o risco de homicídios para os adolescentes, em comparação com os adultos, vem crescendo, o que constitui um sinal de alarme e confirma a necessidade de políticas públicas específicas para proteger os adolescentes.

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