Saulo recolhe taxa da luz, mas dá calote em empresa e deixa Ribeirão às escuras

A falta de iluminação nas ruas vem causando uma série de reclamações dos moradores de Ribeirão Pires. Prova disso é que foi o tema principal da última sessão da Câmara, realizada na última terça-feira (23), onde mais reclamações vieram à tona.

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Contribuição é cobrada diretamente na conta de luz

De acordo com o vereador Rubão (PSD), a Prefeitura Municipal está desviando a verba da CIP (Contribuição de Iluminação Pública) para outros fins e, por conta disso, a Ribeirão Luz, empresa responsável pelo serviço, suspendeu a manutenção da iluminação pública por falta de pagamento. “Muitos bairros estão sem luz em diversas ruas. A Vila Aparecida, Quarta Divisão, Centro Alto, Parque Aliança, todas têm locais sem iluminação”. Ele apresentou requerimento o Vereador cobrando explicações sobre a destinação da CIP paga mensalmente pelos munícipes, já que a empresa terceirizada responsável pelo serviço não viu a cor do dinheiro. Vale ressaltar que, em âmbito maior, o desvio do valor da taxa para outros fins que não o custeio da iluminação pública poderia até mesmo ser caracterizado como improbidade administrativa, nome técnico para corrupção.

Histórico do Calote

No final do ano passado, a gestão Saulo já havia enfrentado problemas semelhantes. À época, diversas ruas da cidade ficaram às escuras – inclusive no Centro – por conta da falta de pagamento, situação que perdurou de agosto a dezembro.

A quinze dias do final do ano, foi confirmado de forma oficial o sucesso da negociação com a empresa. Com pompa e circunstância, Saulo Benevides anunciou que o valor a ser pago mensalmente à Ribeirão Luz havia sido reduzido de R$ 200 mil para R$ 120 mil por mês, teve redução de 40%. Esse valor seria acrescido das parcelas mensais do valor atrasado (cerca de R$ 1 milhão à época menos um sinal de aproximadamente 20% do valor).

Mesmo com as negociações, o prefeito Saulo Benevides se manteve “dando o calote” na empresa que presta serviços de iluminação pública. A reportagem do Mais Notícias apurou que a empresa Ribeirão Luz, além das parcelas de renegociação tem ainda sete meses de valores não pagos este ano. A estimativa é que a dívida esteja beirando os R$ 2 milhões de reais.

Na tribuna, o vereador Gabriel Roncon (PTB) afirmou que moradores o procuraram para relatar que, ao ligar na Ribeirão Luz, eram informados de que o Prefeito Saulo Benevides não havia pago as contas referentes ao serviço de manutenção da iluminação pública. “Se houver pagamento, depois de 15 dias a situação será normalizada. Isso (recolher a CIP e não fazer os pagamentos) é apropriação indébita, da mesma forma que acontece com o Imprerp, onde a Prefeitura está sugando todo o dinheiro do aposentado. É um absurdo”, explicou Gabriel.

“Nós entramos em contato com a Ribeirão Luz, e eles afirmam que não podem fazer mais nada, porque não estão recebendo da Prefeitura. A Estrada da Colônia está totalmente apagada e os moradores vêm implorando para que o Prefeito resolva logo esse problema. É o caos da iluminação”, disse Paixão (PPS).

Para o vereador Banha (PPS) o serviço deveria ser feito pela própria Prefeitura e não terceirizado, pois haveria uma economia maior. Já Jorginho da Autoescola (DEM) explicou que o serviço tem que ser feito com urgência e ressaltou: “esse Prefeito tem que dar uma acordadinha”.

Conta de luz, o dilema de Saulo

Não é de hoje que o governo Saulo Benevides vem sofrendo com os cortes na iluminação pública. Em julho de 2015, a companhia AES Eletropaulo, fornecedora de energia elétrica para residências e comércios, informou que iria cortar o fornecimento para departamentos da Prefeitura por conta da falta de pagamento.

Na época, a dívida com a empresa era de R$1,2 milhão deixando a Prefeitura passível de corte de luz pois, após 15 dias da notificação, não havia renegociado o débito. A medida atingiria somente as salas administrativas locadas em um prédio ao lado do Paço. No último instante, quando os técnicos da empresa já estavam abrindo a caixa de luz para efetivar o corte, houve a comunicação de que havia sido feito um acordo, evitando o vexame.

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