PSD tem até dia 15 de maio para ceder aos cortejos de PMDB e PT

A visita do presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, José Police Neto, coordenador metropolitano do PSD, a Ribeirão Pires era vista como decisiva para colocar um ponto final na ‘novela’ sobre quem o partido apoiará nas eleições 2012. No entanto, Police Neto frustrou as expectativas e, além de estender o prazo da definição para o dia 15 de maio, deixou a responsabilidade nas mãos dos vereadores do partido na cidade (Gerson Constantino, José Nelson e Koiti Takaki – que também preside a legenda municipal).

Encontro envolvendo a liderança dos três partidos estabeleceu que a melhor proposta leva o apoio do PSD

A indefinição começou quando os comentários de que o PSD, até então aliado do PMDB, estaria deixando o grupo para indicar o “vice” na chapa petista tomaram corpo, obrigado a direção estadual da sigla intervir no caso. Para o coordenador regional, a disputa não deve favorecer um grupo político e sim um plano que melhor promova o desenvolvimento da cidade. “Temos o objetivo de escrever um projeto para a cidade e não para o poder de alguns. O grupo que apresentar o melhor projeto tende a ficar com o apoio do partido”, comentou.

O diálogo aberto entre as duas legendas, embora rivais, foi democrático e amigável. A pré-candidata ao cargo majoritário pelo PT, Maria Inês, revelou-se satisfeita com o encontro. “Vejo essa oportunidade com bastante entusiasmo. O Saulo é nosso adversário e nosso amigo”, declarou. Na outra ponta, Saulo Benevides retribuiu a cordialidade. “Vejo com bons olhos o encontro com o PT. A Maria Inês é uma candidata legítima e ambos os partidos, PT e PMDB, têm chances reais de vencer”, disse Benevides.

Para o presidente municipal do PSD, ainda é cedo para tomar uma decisão definitiva. Atualmente Koiti atua como coordenador da pré-campanha de Saulo e cogitou a sugestão de se afastar do cargo para não interferir na decisão da legenda. “Nos reuniremos com os dois partidos, avaliaremos as propostas e tomaremos a direção do que for melhor para a cidade, exatamente como sugere nossa coordenação”, ressaltou Takaki.

Apesar de, neste momento, a tendência seja a permanência do PSD no grupo do PMDB, o Partido dos Trabalhadores está otimista, acreditando que pode ter a legenda como aliada nas eleições. Em nota, o PT informou que “o PSD sofreu uma reviravolta na cidade e, após reunião da coordenação do partido em São Paulo com o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), o PSD se articulou com os petistas no ABC”. Tal declaração dá margem para que o PSD, de fato, caminhe para o lado petista.

Isso posto, a pré-candidata Maria Inês fez sua análise: “foi um encontro muito bom, um passo importante para a construção da aliança. O PSD tem um discurso muito similar ao nosso”, afirmou, antes de completar: “O partido pediu um prazo para tomar uma posição. Até lá, vamos aguardar, mas tenho a esperança de que o PSD caminhe junto ao PT”.

O presidente petista, Carlão, também se mostrou animado: “avalio a reunião como muito positiva, o (José) Police Neto foi muito solícito e mostrou que as pessoas do partido vão pensar e analisar o ideal que temos para a cidade. Estamos otimistas”. O final desta história, por sinal, não deve se alongar muito, já que a legenda pediu até 15 de maio para dar um parecer. Até lá, certamente, muita água irá rolar.

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