Mulheres têm menos filhos e engravidam mais tarde, mostra o IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última semana resultados preliminares da amostra do Censo 2010, os quais mostraram um país onde as mulheres têm, em média, menos filhos e são mães um pouco mais tarde. O número médio de filhos por mulher, no Brasil, foi de 1,86 filho em 2010, contra 2,38 filhos no Censo de 2000. A maior diminuição da taxa de fecundidade, no período, pode ser observada nas regiões Norte e Nordeste. Entre todos estados, o Rio de Janeiro é o local onde as mulheres têm menos filhos: taxa de 1,62 filho por mulher.

Em 2000, a tendência observada pelo IBGE apontava para uma concentração maior de filhos entre as mulheres mais novas. Já em 2010, a situação mudou: os grupos de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos, que concentravam 18,8% e 29,3% da fecundidade entre todas as idades em 2000, passaram a concentrar 17,7% e 27,0% dos nascimentos em 2010. Com a diminuição proporcional do número de mães mais jovens, houve um aumento no número de mães mais velhas. Para o grupo de mães acima de 30 anos, o IBGE apresentou um crescimento na participação. Se antes eram responsáveis por 27,6% (2000) dos nascimentos, nesta década (2010) passaram a ser responsáveis por 31,3% do total de filhos nascidos no país.

A gravidez depois dos 30

A queda na fertilidade com o avanço da idade é um fato biológico. Estima-se que a chance de gravidez por mês é de aproximadamente 20% nas mulheres abaixo de 30 anos, mas de apenas 5% nas mulheres acima dos 40. Mesmo com os tratamentos para infertilidade, como a fertilização in vitro, a fertilidade diminui e as chances de um aborto espontâneo aumentam após os 40. Os especialistas alegam que há várias explicações para esse declínio de fertilidade: condições médicas, mudanças na função ovariana e alterações na liberação dos óvulos pelos ovários.

A mulher de 40 anos também tem mais chances de apresentar problemas ginecológicos, como infecções pélvicas e endometriose, que podem diminuir a fertilidade. Exames como a histerosalpingografia ou a laparoscopia podem ser requisitados para diagnosticar algumas dessas condições.

Alterações nos ovários – À medida que a mulher envelhece, os óvulos remanescentes também envelhecem, tornando-se menos capazes de serem fertilizados pelos espermatozóides. Alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down, são mais comuns em crianças nascidas de mulheres mais velhas. Há um aumento contínuo no risco desses problemas cromossômicos conforme a mulher envelhece. Quando os óvulos com problemas cromossômicos são fertilizados, eles têm uma possibilidade menor de sobreviver e crescer. Por essa razão, mulheres que estão acima dos 40 anos têm também um risco aumentado de abortos espontâneos.

Sendo assim, depois de confirmada a gravidez, a mulher deve fazer um exame de ultrassom para verificar se o embrião está dentro do útero e se a gestação é única ou múltipla. Mulheres na faixa etária de 40 anos também estão mais propensas a ter gestações múltiplas, anômalas ou fora do útero.

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