Metade dos cânceres seria evitável com adoção de hábitos saudáveis

Todo mundo sabe que hábitos saudáveis são o segredo para a longevidade, mas nunca é demais reafirmar. Segundo cientistas americanos, metade de todos os cânceres poderia ser evitada se as pessoas adotassem estilos de vida mais salutares. A constatação foi publicada na última semana, na revista Science Translational Medicin.

O tabagismo é responsável por um terço de todos os casos de câncer nos Estados Unidos

O tabagismo, por exemplo, é responsável por um terço de todos os casos de câncer nos Estados Unidos e até três quartos dos casos de câncer de pulmão no país. Em cenário mais amplo, relatório da Fundação Mundial do Pulmão e da Sociedade Americana do Câncer prevê que um bilhão de pessoas devem morrer por uso e exposição ao fumo até o final deste século. O número é equivalente a uma morte a cada seis segundos.

Na última década, as mortes pelo uso de tabaco triplicaram, chegando a 50 milhões. Somente em 2011, 6 milhões de pessoas morreram, sendo 80% delas em países pobres e em desenvolvimento.

Outro tipo de câncer, o de pele (o mais comum no Brasil), pode ser evitado com o uso de protetores solares ou simplesmente observando os horários corretos para se expor ao sol.

“A sociedade deve reconhecer a necessidade destas mudanças e levá-las a sério na tentativa de desenvolver hábitos mais saudáveis”, afirmaram os pesquisadores.

Praticar exercícios e comer bem também são hábitos chave para evitar quase a metade das 577.000 mortes por câncer nos Estados Unidos previstas para este ano, um número superado apenas pelas doenças cardíacas. No Brasil, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), serão 520.000 casos em 2012.

Entraves – Tudo parece muito simples de ser seguido, mas os especialistas destacaram uma série de obstáculos para as mudanças de hábito em uma sociedade na qual, segundo estimativas, foram diagnosticados mais de 1,6 milhão de casos de câncer este ano. Entre os percalços, destacaram o ceticismo de que o câncer pode ser evitado e o hábito de intervir tarde demais para deter ou prevenir um tumor maligno já instalado.

Além disso, grande parte das pesquisas sobre o câncer se concentra no tratamento em vez da prevenção, e tende a ter uma visão de curto prazo em vez de um enfoque de longo prazo. “Os seres humanos são impacientes e esta característica, em si, é um obstáculo para a prevenção do câncer”, ressaltou o estudo.

As diferenças de classes sociais também são um entrave no que diz respeito à prevenção. “As mamografias, os exames de cólon, o apoio para a dieta e a nutrição, os recursos para parar de fumar e os mecanismos de proteção solar simplesmente estão menos disponíveis para os pobres”, pontuaram os pesquisadores.

“Depois de trabalhar em saúde pública durante 25 anos, aprendi que se quisermos mudar a saúde, temos que mudar as políticas”, ressaltou Sarah Gehlert, uma das autoras da pesquisa.

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