Deusdete Vasconcelos, o herói olímpico de Ribeirão Pires

No próximo domingo, chegam ao fim os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro que, em 2016, chegaram a 31ª Edição. Como em toda a edição dos jogos, há muitas histórias, memórias, heróis e momentos que irão ficar para a história.

Boxeador representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de 1972

Boxeador representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de 1972

O que muitos não sabem é que Ribeirão Pires também tem seu herói olímpico. Em 1972, Deusdete Vasconcelos, hoje com 69 anos, esteve nas Olimpíadas e defendeu o Brasil em seu esporte, o boxe. À época, o peso galo era um dos mais importantes pugilistas do país, tendo vencido uma série de títulos, como o Campeão dos Campeões, torneio em que foi tetracampeão, além de ter sido campeão Brasileiro e Sul-americano.

O sucesso na competição continental o levou às Olimpíadas: “fiquei lá por 19 dias, mas acabei eliminado na primeira luta”, relembra. Entretanto, a decisão foi por pontos, com um dos jurados dando uma diferença impressionante (60 a 56) e causou polêmica. Uma matéria da época, publicada na Gazeta Esportiva, traz um relato da luta contra o norte-coreano Yonk Ik Kim: “Na verdade, Deusdete ganhou o combate impondo-se nitidamente ao coreano nos dois primeiros assaltos e ganhando o terceiro (…) o pugilista coreano não mostrou técnica nem potência de golpe”.

Questionado hoje se ficou um sentimento de frustração, Deusdete mostrou espírito olímpico: “Não. Eu estava lá e fiz meu trabalho e muitos amigos jornalistas disseram que ganhei a luta. Mas quem decide são os jurados”. Por fim, o herói olímpico faz um balanço positivo de sua participação: “Sempre treinei para ser o melhor, nunca disse que ganharia de ninguém. É preciso se dedicar”.

Atentado – Finda a sua participação nos jogos, ele ainda ficou em Munique por mais alguns dias, quando conheceu a cidade e outros atletas. Entretanto, ocorreu o histórico atentado terrorista arquitetado pelo grupo palestino Setembro Negro contra a delegação de Israel, no que até hoje é considerado o maior da história em um evento esportivo. Deusdete conta o que viu: “O atentado foi do outro lado. Nós não tínhamos muitas informações. Minha volta para o Brasil, junto com uma parte da equipe, estava agendada justamente para o dia 5 de setembro, data em que tudo aconteceu. O incidente fez com que voltássemos no dia seguinte. Todos ficaram assustados, não tem como aceitar uma coisa dessas”.

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