Assembleia faz levantamento sobre crack e outras drogas nos municípios paulistas

A Assembleia Legislativa quer obter um retrato da situação do crack e outras drogas nos municípios paulistas. Para tanto, as 645 prefeituras receberam um questionário com dez perguntas sobre o tema. A iniciativa de realizar este Diagnóstico partiu dos deputados da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, coordenada pelo deputado Donisete Braga (PT).

Pesquisa aponta que o crack já atinge 83 % dos municípios paulistas

O questionário elaborado pelos deputados da Frente  busca respostas para perguntas como o número de dependentes químicos do crack e outras drogas, sobre a droga mais presente, se há leitos do SUS para os dependentes, faixa etária deles, índice de reincidência nos tratamentos, se recebem ou não recursos públicos, além do montante que acreditam ser necessário investir em um programa local, entre outras questões

Segundo o deputado, uma pesquisa feita por telefone pela da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que o crack já atinge 83 % dos municípios paulistas. “A situação se agrava a cada dia, as drogas já estão até na zona rural. Nosso objetivo é mostrar que os municípios precisam de ajuda financeira dos governos federal e estadual para este enfrentamento. Vamos levar este diagnóstico para a Comissão de Finanças e Orçamento, que decidirá sobre os investimentos em 2012”, explicou.

Retorno – Mais de 150 cidades já enviaram as respostas, inclusive Ribeirão Pires. No Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), que oferece orientação e acompanhamento para dependentes químicos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Higiene, 1.260 usuários passam ou já passaram pelo local. Desses, 103 frequentam o espaçol atualmente. Do total, 60% dos pacientes buscam auxílio por problemas relacionados ao crack somado ao uso de álcool, 38% apenas álcool, e 2% outras drogas.

Segundo a Prefeitura, os Centros de Apoio Psicossocial de Ribeirão Pires (Infantil, Adulto, Álcool e Drogas) – oferecem acompanhamento psicológico e clínico durante atendimento prestado por equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e oficineiros. No local, os pacientes participam de grupos ou oficinas terapêuticas que fazem parte do tratamento. Algumas das atividades desenvolvidas nas oficinas são: artesanato, atividades físicas, horta e jardinagem e culinária.

Cada paciente tem um projeto terapêutico diferenciado, sempre com a perspectiva de reduzir os danos causados pelo uso de drogas.

A cidade de Rio Grande da Serra não retornou as informações sobre o questionário e se oferece serviços de tratamento para dependentes químicos.

Rede Integrada – O coordenador da Frente, deputado Donisete Braga, ao fazer um balanço do trabalho dos últimos meses, quando foram realizados seminários, visitas e amplos debates, disse que “não haverá saída se não for criada uma rede integrada e regionalizada de serviços públicos que contemple a prevenção, o tratamento dos dependentes e sua reinserção social”. Para ele, tanto o governo federal quanto o estadual estão ainda em dívida com a sociedade no que se refere ao avanço das drogas.

Audiências Públicas – O tema do avanço das drogas será levado às 18  audiências públicas que a Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia realizará em todas as regiões do estado, a partir do próximo dia 19. “Com o Diagnóstico, com a realidade nas mãos, teremos melhores condições de pressionar por verbas para os municípios e por mais ação dos Poderes Executivos”, finaliza Braga.

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