Ribeirão tem 23,2% de Mata Atlântica conservadas; Rio Grande 37,8%

No último dia 26, véspera do Dia Nacional da Mata Atlântica, a SOS Mata Atlântica e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgaram os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica com a situação de 16 dos 17 estados, no período de 2008 a 2010.

Segundo a pesquisa, em todos os Estados foram verificadas queda na taxa média anual de desflorestamento

A região do Grande ABC tem conservado 33,6% de Mata Atlântica. São 28 mil hectares de remanescentes florestais, o equivalente a 28 mil campos de futebol.

Das sete cidades, São Bernardo do Campo ocupa o primeiro lugar no ranking de maior conservação de área de floresta nativa: são 42,6%. Rio Grande da Serra ocupa a segunda posição, com 37,8%, seguida por Santo André (35,4%). Ribeirão Pires é o quarto município da lista, com 23,2%. Em seguida aparecem Mauá (7%) e Diadema (1,8%). São Caetano do Sul não possui mais nenhum hectare de Mata Atlântica.

Brasil – Da área total do bioma Mata Atlântica, 1.315.460 km2, foram avaliados 1.288.989 km2, o que corresponde a 98%. Foram analisados os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. O único não avaliado foi o Piauí, cujos dados não puderam ser incluídos ainda pela indefinição de critérios de identificação das formações florestais naturais do Bioma naquele Estado.

O estudo aponta desflorestamentos verificados no período de 2008-2010 de 31.195 hectares (ha), ou 311,95Km2. Destes, 30.944 ha correspondem a desflorestamentos, 234 ha a supressão de vegetação de restinga e 17 ha a supressão de vegetação de mangue. A taxa média anual de desflorestamento diminuiu, já que nos três anos anteriores o índice foi de 102 mil hectares. Em São Paulo, 579 hectares foram derrubados A diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, comenta sobre a diminuição e à que atribui o fato. “É importante ver que o ritmo de desmatamento caiu e continuamos monitorando. (O fato) Se deve pelo cumprimento à lei da Mata Atlântica e crimes ambientais, ao trabalho do poder público, órgãos governamentais e Ministérios Públicos, maior conhecimento da sociedade e à atuação de mais de 300 ONGs que atuam em toda a Mata Atlântica”.

Confira os resultados de cada monitoramento já realizado:

Desflorestamentos:

Período 1985-1990: 466.937 ha

Período 1990-1995: 500.317 ha

Período 1995-2000: 445.952 ha

Período 2000-2005: 174.828 ha

Período 2005-2008: 102.938 ha

Período 2008-2010: 31.195 ha

Mata Atlântica – A Mata Atlântica está distribuída ao longo da costa atlântica do país, atingindo áreas da Argentina e do Paraguai nas regiões sudeste e sul. De acordo com o Mapa da Área de Aplicação da Lei nº 11.428, a Mata Atlântica abrangia originalmente 1.315.460 km2 no território brasileiro. Seus limites originais contemplavam áreas em 17 Estados: PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS.

Nessa extensa área, vivem atualmente mais de 62% da população brasileira, ou seja, com base no Censo Populacional 2007 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são mais de 112 milhões de habitantes em 3.222 municípios, que correspondem a 58% dos existentes no Brasil. Destes, 2.594 municípios possuem a totalidade dos seus territórios no bioma e mais 628 municípios estão parcialmente inclusos, conforme dados extraídos da malha municipal do IBGE (2005).

A Mata Atlântica, complexo e exuberante conjunto de ecossistemas de grande importância, abriga parcela significativa da diversidade biológica do Brasil, reconhecida nacional e internacionalmente no meio científico. Lamentavelmente, é também um dos biomas mais ameaçados do mundo devido às constantes agressões ou ameaças de destruição dos habitats nas suas variadas tipologias e ecossistemas associados.

O alto grau de interferência na Mata Atlântica é bastante conhecido. Desde o descobrimento do Brasil pelos europeus, os impactos de diferentes ciclos de exploração, da concentração das maiores cidades e núcleos industriais e da alta densidade demográfica, entre outros, fizeram com que a vegetação natural fosse reduzida drasticamente. Temos hoje apenas 7,9% (101.779 km2) de remanescentes mais preservados em áreas acima de 100 hectares. Esse total desconsidera a área do bioma Mata Atlântica do estado do Piauí, que até o momento não foi mapeado.

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