Ribeirão pode voltar a ter destaque regional com Kiko Teixeira

Muitos têm impressão de que Ribeirão Pires andou para trás ou ao menos de lado nos últimos quatro anos. E, se falarmos do quesito regionalidade, pode-se considerar este fato como uma verdade absoluta.

Se em outros tempos, Ribeirão Pires era um dos protagonistas no cenário regional, Saulo Benevides pareceu não se importar com a inclusão regional da cidade. Muito pelo contrário, além de promover uma espécie de “guerrilha” contra o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, teve participação discreta, quase nula, em se tratando de questões que interessavam às sete cidades.

Isso quebrou uma tradição de Ribeirão Pires que se fortaleceu nos anos 90, quando Luiz Carlos Grecco e Manoel Mendes, prefeito e presidente da Câmara respectivamente, tiveram participação decisiva na formação e desenvolvimento do Consórcio ABC. Valdírio Prisco, Maria Inês e Clóvis Volpi mantiveram a posição de destaque da cidade nos anos seguintes, tendo até exercido a presidência do órgão, fato esse quebrado por Saulo Benevides.

Agora, em um cenário de renovação nos paços municipais, Kiko Teixeira, prefeito eleito de Ribeirão Pires, desponta como favorito a ocupar a chamada “liderança informal” do ABC, “cargo” hoje ocupado por Luiz Marinho, que está deixando a prefeitura de São Bernardo do Campo e não fez seu sucessor.

Dentre os outros prefeitos, o que tem mais experiência com as questões regionais é justamente Kiko, que já presidiu o Consórcio por duas vezes, bem como a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Isso posto, acaba sendo natural que ele acabe ganhando tal destaque. Chama atenção também o grau de integração que tem mostrado com candidatos a eleição que disputam segundo turno e que estão recebendo seu apoio.

Temos que lembrar que, foi por meio do Consórcio que Rio Grande da Serra conseguiu tirar do papel os projetos de mobilidade há anos aguardados pela população com verbas federais. É com a articulação do consórcio que a região, trabalhando em conjunto, irá resolver problemas em comum, como por exemplo a “trava” no crescimento imposta pela legislação ambiental restritiva e pelo êxodo de indústrias em uma região que vive um momento de transição de seu modelo econômico.

Desta forma, caso Kiko realmente seja alçado ao posto de líder regional, Ribeirão Pires terá um grande ganho, tanto por voltar a ser um “player” importante não só no ABC como em toda a Região Metropolitana, quanto por reatar os nós que andam frouxos no tocante à integração regional. E, ele pessoalmente, fica fortalecido e apto até mesmo a sonhar com voos mais altos depois que cumprir seu mandato na cidade. Como já foi dito há alguns anos neste espaço, é preciso pensar além da margem do Ribeirão. Caso contrário, a cidade ficará para trás.

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