Ribeirão e Rio Grande: Outra vez na saudade

Findo mais um processo eleitoral, as cidades de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, a despeito de seus 125.467 votos, mais uma vez falharam em eleger seus próprios representantes à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal.

Esse expressivo número de eleitores seria mais do que suficiente para eleger um candidato – independente de coeficiente eleitoral. Olhando a lista dos eleitos em nosso estado, são 43 candidatos a deputado federal e 80 candidatos a deputado estadual que obtiveram votação menor do que este total.

Logo, não é fora da realidade dizer que a culpa está na desunião da classe política local. Os vereadores das duas cidades, por exemplo, preferiram apoiar candidatos de fora (não raro até mesmo de outras regiões) do que apostar nos nomes locais. Seja por vaidade pessoal, projeto político divergente ou ainda “circunstâncias ocultas”, a grande maioria preferiu conduzir um nome estranho ao nosso cotidiano do que buscar uma solução caseira.

O eleitor, talvez por falta de estímulo, abraçou a causa estrangeira com fervor. Olhando a lista dos mais votados temos no topo do pleito federal o nome de Eduardo Bolsonaro que, a bem da verdade, sequer deve saber da existência de Ribeirão Pires, cidade que lhe conferiu 5.572 sufrágios, diferente por exemplo da segunda colocada, Lair Moura, que obteve 4.582 votos locais. Isso posto, não é exagero dizer que, analisando o aspecto local, foram votos jogados fora.

O mesmo se aplica a Janaína Paschoal, que obteve 5.443 votos para deputada estadual. Certamente a segunda colocada, Marli Silva com 3.881 sufrágios, sabe muito mais dos problemas de nossa cidade. O mesmo se aplica a celebridades do naipe de Tiririca e Arthur “Mamãe Falei” cujo conhecimento da existência da Pérola da Serra é diretamente proporcional à sua relevância política: zero.

O que resta, em se falando de pleitos locais, são alguns candidatos das cidades vizinhas que, embora tenham marcado presença na campanha, podem não fazer o mesmo durante seu mandato efetivo. Para isso, é papel dos eleitores cobrar aqueles que empenharam suas palavras (e nome) em prol dos “forasteiros”.

Já em relação aos candidatos locais, temos alguns nomes que já se colocam em boa posição para as eleições de 2020. Observando os resultados da cidade, temos Jefferson Amaral, 721 votos (2.374 total) e Polita Teixeira, 654 (1.187 total), os que os deixam em posição interessante para serem vereadores na próxima legislatura.

Na outra ponta, se juntarmos Lair Moura, 4.582 votos na cidade (9.362 total) e Marli Silva, 3.881 votos (6.828 total), obtemos 8.463 votos que as deixam em um bom ponto de partida para concorrer até mesmo à Prefeitura, já que tal número representa quase metade do que último prefeito eleito obteve. Enfim: temos a promessa de 24 meses agitados na política local.

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