Que tudo isso sirva de modelo para vocês

O assunto do momento, a tragédia em uma casa de shows na cidade de Santa Maria (RS), parece ter despertado os brasileiros em geral para uma série de providências que precisam ser tomadas para garantir maior segurança aos cidadãos das diversas cidades de todo o território nacional. Ribeirão Pires não foge à regra.

Um requerimento emitido pelos vereadores sugere que os bombeiros da cidade realizem uma ‘força-tarefa’ para fiscalizar as diferentes casas de entretenimento que funcionam na cidade. Banha (PDT), presidente da Câmara, usou até um discurso simplório ao defender a medida. Suas palavras merecem uma reflexão: “Depois do que aconteceu, nós vereadores temos a obrigação de ver o que falta à nossa cidade para não acontecer o que aconteceu” (sic).

Ora, será mesmo que temos que esperar uma tragédia acontecer para que o Legislativo comece a trabalhar visando o bem público, a vida do cidadão e a segurança em geral?

Usemos alguns casos aleatórios para tentar entender o raciocínio do presidente da Câmara. Deveríamos esperar uma tragédia com mais de 200 jovens mortos de overdose para providenciar políticas antidrogas na cidade? Aguardaríamos um sério acidente automobilístico envolvendo centenas de vítimas antes de cuidar da manutenção, sinalização de nossas estradas e ações de educação para nossos condutores? Vamos aguardar com que as casas em áreas de risco sejam soterradas antes de aplicar uma política de assentamento e realocação de moradias? Ou que tal esperar uma guerra entre facções criminosas antes de buscar recursos para ampliar as forças de segurança da cidade?

Pelo que parece é um dever dos próprios vereadores trabalharem já para evitar situações extremas no Município e não pautar seus trabalhos em eventos esporádicos somente porque há uma enfadonha exploração midiática.

Se os vereadores fizessem uma caminhada de poucos metros além do tradicional bar onde costumam matar o tempo encontrariam alguns pontos importantes por onde começar seu trabalho. A acessibilidade e padronização de nossas calçadas ainda é um sonho. Escola pública (municipal) de qualidade existe, crianças fora delas também. E quanto aos bêbados que perambulam pelo Centro. Algum vereador já pensou em uma saída para esse problema social?

A lista poderia seguir, longamente, mas nós iremos terminar aqui apenas com um conselho: e se ao invés de fazer o tradicional atendimento de assistencialismo o Legislativo Municipal se concentrasse nos problemas sociais da cidade, mesmo antes que uma tragédia ocorra? Pensem nisso nobres edis.

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