Pulverização ou concentração, eis a questão

Banha (PPS), Charles D’Orto (PTC), Francia (PSOL), Julião (PROS), Kiko Teixeira (PPS), Lima (PSTU), Leonice Moura (PMB), Luiz Carlos Grecco (PRB), Renato Foresto (PT), Rosana Figueiredo (Rede), Rosí de Marco (PSDB) e Saulo Benevides (PMDB). Esta lista nada pequena ilustra, em ordem alfabética, nomes lançados como pré-candidatos a prefeito de Ribeirão Pires.

Para usar uma frase famosa, nunca antes na história deste município houve tantos pré-candidatos a prefeito. Obviamente, por questões financeiras ou ideológicas (e também “politiqueiras”) não teremos, em 2 de outubro, estes 12 nomes à disposição na urna já que alguns irão desistir e outros se coligar.

Grande parte da responsabilidade de hoje termos tal número de postulantes ao Paço é do atual prefeito, Saulo Benevides que, principalmente por questões econômicas, não fez o governo que dele se esperava, especialmente na primeira metade do mandato – ainda que tenha sido “vítima” da gestão de seu antecessor, Clóvis Volpi, que, por conta da grande aprovação que obteve junto a população, naturalmente, gerou expectativa maior sobre o sucessor. Como resultado, obteve uma rejeição alta (que chegou a bater em 72% em uma das pesquisas feitas pelo Diário do Grande ABC) o que alimenta o desejo dos opositores em apresentar uma proposta diferente da que está em vigor.

Tudo muito bom, mas há um contrassenso nesta história. O elevado número de pré-candidatos faz com que Saulo Benevides ganhe força nas eleições e possa até mesmo sonhar com a vitória. Isso porque, embora democrático, o cenário acaba por pulverizar a votação e coloca um teto baixo de votos para a vitória. Ou seja, não seria espantoso um vencedor com índice de 10% a 13% dos eleitores o que, aliás, se encaixa nas margens de erro das últimas pesquisas. É importante dizer que Kiko Teixeira, por contar com o maior número de partidos aliados e um potencial (já apontado nesse espaço) de 20 mil votos, ainda é o nome que pode quebrar esse “paradigma”.

Toda essa explicação se dá porque, via de regra, esses cenários não se concretizam e resultam na formação de “frentões”, com a união de vários candidatos em torno daquele que, em tese, tem maior potencial de votos – para delírio de alguns e decepção de outros, uma história que se repete eleição após eleição. Mas, em tempos de crise, dinheiro baixo e cada vez mais exigências legais, não há pesquisas fiáveis o suficiente para cravar um cenário X ou Y ou ainda convencer os candidatos que, de fato, tenham menos votos, a abrir mão da disputa.

Ciente disso, segundo informações de bastidores, o prefeito Saulo Benevides tem estimulado a manutenção das candidaturas de oposição uma vez que, por ser titular da cadeira, já teria uma porcentagem solidificada do eleitorado. Tudo isso, mesmo que tenha cara de “velha política” faz parte do jogo.

Isso posto, ao menos nos próximos 60 dias, ainda teremos uma profusão de nomes nas ruas, já que aquele velho ditado que virou clichê chamado “a união faz a força” ainda não pode ilustrar o momento da política em Ribeirão Pires.

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