Por Eliana Maciel de Góes
Médica Veterinária
CRMV 4.534
Existem pelo menos 2.500 espécies de pulgas. Dentre essas, as espécies Ctenocephalides canis e C. felis são as que atacam cães e gatos. Essas espécies só atacam o ser humano em último caso. Por isso, é relativamente comum que o cão ou gato estejam infestados por pulgas e seus donos não sejam incomodados por elas. Além disso, as pulgas podem ingerir uma quantidade de sangue igual a 20 vezes o seu próprio peso.
Dentre as cerca de 2.500 espécies de pulgas, as espécies Ctenocephalides canis e C. felis são as que atacam cães e gatos
A pulga possui uma impressionante capacidade de reprodução. Para dar uma ideia disso, basta dizer que apenas 10 pulgas adultas, sob condições favoráveis, podem gerar em um mês uma população de 250.000 “novas pulgas”! Essas “novas pulgas” encontram-se em diversos estágios de desenvolvimento tanto no cão como no ambiente.
Uma pulga adulta coloca 400 a 500 ovos sob a pele do animal que caem no chão e ficam escondidos em fendas do taco, carpetes, sofás, tapetes e casinhas dos animais.
Desses ovos nascem larvas e essas tecem um casulo em volta de si, transformando-se em pupas, que é um casulo “impermeável” à ação de inseticidas e produtos de limpeza, o que torna ainda mais difícil a sua eliminação. Nesse estágio, a pupa pode permanecer de 7 dias a 1 ano! Tudo irá depender das condições do ambiente, como temperatura e a presença do hospedeiro, isto é, o seu animalzinho!
É muito importante ressaltar que as pulgas, na forma adulta em que se encontram sobre o cão, correspondem a apenas 5% do total da população de pulgas. Os outros 95% encontram-se no ambiente nos estágios de ovos, larvas e pupas.
Os problemas que as pulgas provocam são muitos, e vão desde a irritação local, com uma coceira muito intensa, podendo inclusive causar alergia, a chamada Dermatite Alérgica à Picada de Pulgas (DAAP). As pulgas também podem levar à anemia, perda de peso, estresse e verminose (Dipylidium caninum, tênias do cão e gato).
A pulga, quando na fase de larva, ingere ovos do verme Dipylidium caninum, que saem pelas fezes e são eliminados em todos os locais à que o animal tiver acesso.
A larva, ao ingerir o ovo, torna-se hospedeira desse verme, o qual somente completará seu ciclo quando esta pulga, na forma adulta, for ingerida por um animal, no ato de coçar.
Muitos acreditam que pulgas é sinônimo de falta de higiene, porém isso não é verdade, pois os produtos de limpeza que, normalmente utilizamos em casa, não exterminam esses parasitas. Para que se tenha um ambiente livre desses parasitas, é preciso utilizar produtos com indicação para esse fim, além de tratar os animais com produtos receitados pelo médico veterinário.
O tratamento no local onde os animais vivem é de fundamental importância para interromper o ciclo de vida desse parasita, com produtos que contenham um adulticida que matará todas as pulgas adultas no ambiente antes que atinjam o animal, e um larvicida, que atua por 6 meses no ambiente eliminando as fases de larva das pulgas.
Para ambientes externos como pisos, casinhas, quintais e muros, o ideal é utilizar produtos que se diluam na água e que permitam a pulverização ou o enxágue destes ambientes e, desta forma, rápida eliminação de todos os parasitas existentes.
