Por uma cidade mais acolhedora, saudável e humana

O ano de 2014 está chegando e, junto com ele, a necessidade de se rediscutir o Plano Diretor que nada mais é do que o planejamento da cidade para se desenvolver nos dez anos seguintes a sua elaboração. É uma espécie de “diretriz” para nortear o planejamento futuro.

Na edição 18, de setembro, da Revista Mais Conteúdo, o assunto foi abordado com detalhes, como por exemplo a parte ambiental, em que a legislação municipal apresenta regras mais restritivas do que a estadual, exigindo área permeável de ao menos 20% dos lotes urbanos, 5% a mais que fazem muita diferença em alguns casos. A população tem respondido razoavelmente, comparecendo às audiências públicas e apresentando sugestões.

Mas agora, poderíamos aproveitar o momento para se rediscutir o embelezamento da cidade, que anda meio esquecido. Há tempos se fazem necessárias intervenções no nosso meio ambiente no sentido mais amplo, que abrange tudo o que nos cerca, desde calçadas até prédios e muros, por exemplo. Mais especificamente, “o conjunto de condições, leis, influencia e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Por isso, porque não incluir no plano uma forma de deixar nossa cidade mais bela, depois de anos crescendo desordenadamente. Nisso, está inclusa padronização, paisagismo e, porque não, até mesmo um estímulo fiscal para que as pessoas possam embelezar suas casas, quem sabe um desconto no IPTU, por exemplo. O chamado Centro Velho teve sua última grande intervenção há mais de uma década, quando o trecho inicial da Rua do Comércio e suas calçadas estreitas deu lugar a um calçadão, o que melhorou a circulação de pedestres. A última ação efetiva para que a cidade tivesse mais verde em sua área urbana foi o (criticado) plantio de coqueiros ainda no século passado. Muito pouco para uma cidade que tem, como seu grande patrimônio, justamente o verde.

A própria prefeitura poderia dar o exemplo, usando as margens do rio para fazer um parque linear, por exemplo. Que tal colocar mais árvores na Miguel Prisco, transformando-a em uma alameda – hoje um papel quase que exclusivo do trecho inicial da Francisco Monteiro? Porque não padronizar as calçadas e torná-las acessíveis a todos, com piso tátil e solo nivelado por exemplo, já que, especialmente nas ladeiras (por menores que sejam), é quase impossível o trânsito de deficientes e cadeirantes por conta das enormes diferenças entre seus níveis e as rampas para acesso de veículos?

Com planejamento, boa vontade e parceria com os munícipes, seria possível ter uma cidade muito melhor e mais bonita. Afinal de contas, como bem escreveu Americo Del Corto nos versos de nosso hino, estamos em uma cidade “acolhedora, saudável e humana”, não é mesmo?

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