Estudo atualizado revelado recentemente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) atualizou a quantidade de residentes na cidade de Ribeirão Pires. Hoje, a cidade contabiliza exatos 122.607 habitantes, crescimento de 7,7% em relação aos 113.068 aferidos no Censo 2010.
Ou seja: a cidade cresce, em número de habitantes, cerca de 1% ao ano podendo chegar a 136 mil em 2030. Ainda que esteja próximo da média mundial de evolução populacional, que é de 1,2% ao ano, não deixa de ser um grande desafio para a administração pública, já que é preciso prover serviços de qualidade para todos os que aqui estão e os que estão chegando, o que demanda mais gastos e, principalmente, mais planejamento, já que diversos serviços outrora prestados pela União, como a Educação e a Saúde, são hoje de responsabilidades dos municípios.
Especialistas apontam que a solução está na união entre cidades vizinhas, a exemplo do que está sendo feito com o Consórcio ABC (ainda os prefeitos de Diadema, Lauro Michels, e de São Caetano, José Auricchio, pareçam motivados a encerrá-lo). “No curto prazo uma alternativa para a gestão pública dos pequenos e médios municípios é a criação de agendas intermunicipais. Vários temas como resíduos sólidos, merenda e mobilidade urbana podem ser mais bem geridos se executados de forma consorciada”, explicou em artigo o especialista Rodolfo Fiori, da Muove Brasil, que monitora indicadores dos munícipios brasileiros afim de ajudar na tomada de decisões coletivas.
Outra solução apontada por Fiori é otimizar o funcionalismo público e a gestão municipal como um todo: “Um melhor aproveitamento do quadro de funcionários também é um caminho. Encontrar talentos e pessoas capacitadas para determinadas funções. Além de um bom diagnóstico, que inclui dedicar tempo para conversas com os times internos, avaliar dados e implantar ações efetivas. Líderes municipais devem ter claro o legado que querem deixar, engajando equipe e população nessa transformação”.
Ribeirão Pires, hoje, conta com uma série de problemas estruturais, desde a falta de vias suficientes e vagas de estacionamento para absorver o crescente número de veículos (hoje em 68.316, segundo o Denatran), passando pela insuficiência de vagas de emprego e leitos hospitalares, entre outros.
Planejamento – Neste século, em 22 de agosto de 2003, a cidade elaborou um planejamento de longo prazo, a Agenda 21. À época, o planejamento estratégico voltado ao desenvolvimento social sustentável da cidade, visando melhorias em políticas públicas foi realizado e elogiado, estabelecendo metas como, por exemplo, a criação do Festival do Chocolate como atrativo turístico.
Para a sua elaboração, foi constituído o Conselho da Cidade, com 26 membros efetivos e a presidência do empresário Marcelo Menato que, à época, falou em dedicatória sobre a importância do documento: “a Agenda 21 do nosso município é um marco histórico para a cidade de Ribeirão Pires pois estamos agora no seleto rol das cidades no Brasil que planejam seu futuro de forma criteriosa, participativa, obedecendo não só às normas gerais de uma Agenda 21 local como também atendendo aos anseios de toda a sociedade civil (…) . Hoje estamos comemorando, mas sabemos que os trabalhos para implementar o que está na nossa Agenda 21 será o próximo passo de muitos que deverão ser dados no caminho do desenvolvimento sustentado e por isso a continuidade das próximas ações depende do esforço contínuo de todos nós munícipes e também das diversas associações e entidades representativas da cidade”.
O documento, embora tenha validade até 2023 para que as propostas sejam colocadas em prática, em breve necessitará ser atualizado de acordo com a nova realidade do município. Por isso, é de fundamental importância sua revisão e, principalmente, execução por parte de poder público e sociedade civil. O futuro está batendo à porta. Será que Ribeirão Pires está pronta?
