Política do PT e a arte de engolir sapos

A cada fim de uma eleição vemos um grupo vitorioso e outro perdedor. Geralmente o grupo que não conquistou o poder assume a cadeira de oposição e passa a olhar para o governo com uma visão mais crítica. Não demora para que fatos, fotos e frases sejam reportadas por jornais e revistas revelando as situações políticas.

No início de períodos eleitorais, no entanto, a página vira e o que antes parecia um muro divisor entre partidos e figuras públicas, passa a não mais existir. Apoios surgem de onde menos se espera, tudo encabeçado por quem detém o poder de decidir dentro da alta cúpula das legendas. Analisemos Ribeirão Pires: Anderson Benevides é um candidato a deputado federal apoiado pelo governo municipal, que recentemente recebeu o cacique petista do ABC, Luiz Marinho, em sua convenção ao lado do Chefe do Executivo Municipal, Saulo Benevides, e confirmou a total parceria em prol da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Saulo explicou seu apoio incondicional à reeleição de Dilma: “A presidente enviou muitos recursos para a cidade. Muitos deles só virão a partir do ano que vem. A maior garantia de que a cidade será contemplada é a reeleição da Dilma. Por isso eu vou pedir votos a ela”. O prefeito não está errado em optar por não trocar o certo pelo duvidoso.

Com tudo isso, surge uma grande dúvida na qual pode definir o futuro das eleições lá em 2016: Qual posição deve tomar o PT de Ribeirão Pires em face à nova adesão de Marinho no governo Benevides? Fato curioso é que recentemente o PT municipal tentou expulsar um membro de sua militância por aderir ao governo peemedebista. É de se pensar que isso pode causar desnecessários impasses entre os membros do Partido dos Trabalhadores, que com o andar da carruagem, pode sim, se tornar uma opção à vice-prefeitura na possível campanha de reeleição de Saulo.

A política é definitivamente a arte de engolir sapos. A cada ano eleitoral que passa se mostra ainda mais traiçoeira com aqueles que “militam na base” e, uma hora ou outra têm que se render às ordens vindas de cima. E quem ganha com isso? Certamente os jornais e revistas que terão ainda muito mais assunto para apimentar o cenário político e seus bastidores.

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