Os tucanos e sua relevância para o Brasil

Com relevância cada vez menor no cenário político nacional, o PSDB parece, enfim, ter despertado do “berço esplêndido” que poderia resultar até mesmo em sua extinção, com o posicionamento público a favor da candidatura do senador mineiro Aécio Neves à presidência da república em 2014.

O responsável pelo ato foi justamente o mais notável nome da legenda, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, como bom estrategista, colocou o nome do colega na rua em uma hora estratégica, em que o Governo Federal se vê em meio a denúncias de corrupção, com alguns dos seus destaques de outrora envolvidos em sentenças judiciais e escândalos diversos e também antes das copas do Mundo e das Confederações que, certamente, criarão um clima de euforia em boa parte da população que poderá render diversos dividendos eleitorais.

O que pesa contra o PSDB é o fato de o chamado “PT 3.0” estar alinhado com uma filosofia republicana e aglutinadora. Nacionalmente, o partido da estrela vermelha tem agregado aliados, abrindo as portas até mesmo aqueles que estiveram alinhados ao outro lado. Desta feita, os tucanos, junto ao DEM e mais alguns aliados, têm se mostrado uma oposição frágil ao governo Dilma perdendo boas chances de capitalizar votos com as crises atuais.

Por isso, o posicionamento público de Fernando Henrique Cardoso vem em um momento-chave. Se a legenda, de fato, referendar as palavras do ex-presidente e indicar Aécio Neves como seu candidato, já pode começar a capitalizar importantes votos que “fugiram” do partido, em especial aqueles que estão entre as camadas menos favorecidas socialmente, como demonstrado nos mapas eleitorais do último pleito. Ao mostrar um posicionamento ativo, fazendo oposição inteligente, o PSDB – e o país como um todo – só tem a ganhar. Afinal, como disse o próprio FHC em seu artigo “O papel da Oposição”, publicado no meio do ano passado na revista direitista (se é que ainda cabe esse tipo de definição) Interesse Nacional, “cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo”.

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