Ódio a imprensa cresce no mundo

Quarto poder, voz do povo ou fiscal dos fatos. Seja qual for o apelido, o jornalismo é parte fundamental de toda sociedade, tendo sido testemunha ocular dos fatos mais importantes da história.

Exatamente por isso preocupa ver que a população do mundo, hoje, nutre um sentimento negativo contra a imprensa. Ódio para ser mais claro.

Esse dado aparece na edição 2018 do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa elaborado pela organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) que representa na verdade algo mais alarmante: o quanto a democracia tem sido ameaçada ao redor do mundo, uma vez que o ódio a imprensa tem sido fomentado por líderes eleitos pelo povo, tendo Donald Trump, especialista na arte de desqualificar adversários, como expoente máximo.

Ora, se o líder da maior potência mundial tem “salvo-conduto” para tal, que dirá mandatários de países como Coreia do Norte, Eritreia, Turkomenistão e Filipinas, por exemplo, que são pouco afeitos a oposição? Aliás, falando nas Filipinas, o presidente Rodrigo Duterte mesmo sentenciou que ser jornalista “não protege contra assassinatos”.

Ou seja: o terrorismo contra jornalistas opositores está se tornando regra seja por meio físico ou virtual, com o uso de bots e exércitos de apoiadores/fãs prontos para defender seus “mitos”.

Em nossa América Latina, o país que mais respeita a imprensa é a Costa Rica, aliás, o único país classificado com situação boa. Na rabeira, aparece Cuba, local onde a regra é o monopólio estatal das comunicações. Mesmo assim, é mais seguro ser da imprensa por lá que no México, sede de 11 assassinatos de jornalistas em 2018. Só ganha da Síria (que está em guerra).

O Brasil, que ocupa o 102° lugar entre 180 nações da lista, tem se mostrado um ambiente de trabalho preocupante, aliando falta de proteção com corrupção – combinação explosiva. Isso, somado à instabilidade política de um governo titubeante, pode levar a um ambiente tóxico.

Por isso, especialmente no interior, não é surpreendente que políticos estejam envolvidos na morte de jornalistas. Mais do que isso, as notícias falsas (o mal do século) só pioram tudo. A desinformação hoje é uma arma para colocar em xeque as notícias verdadeiras.

Desta maneira, resta a imprensa lutar. Por sua credibilidade, pelo senso de verdade e, principalmente, pelo direito de trabalhar. Está mais do que provado que a desinformação leva ao caos e só o bom jornalismo é capaz de combatê-la. Doa a quem doer.

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