O fantasma do rebaixamento turístico foi afastado

Nem mesmo um panfleto com dados sobre as atrações turísticas da cidade existe, quem dirá guias devidamente preparados para conduzir caravanas

Por que tanto se fala que Ribeirão Pires perderá o título de estância turística?

Até o início desta semana, o rebaixamento da cidade, que poderia deixar de ser estância, era uma realidade iminente. Isso porque desde que o título foi conquistado, na década de 90, nenhum governante soube desenvolver eficientemente um plano para fomentar o turismo na cidade.

O órgão estadual responsável por liberar recursos públicos para cidades de potencial turístico barrou os investimentos algumas vezes porque o município patinava com projetos mal elaborados. Eis alguns exemplos: Clóvis Volpi utilizava grande parte dos recursos do DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias) para recapear ruas, com a justificativa de que uma malha viária bem estruturada fazia parte do chamariz de turistas para a cidade; Saulo Benevides até que idealizou um bom projeto, que incluía teleférico, parque temático, fábrica de chocolate e centro de exposições, ou seja, elementos turísticos com grande potencial de atrair visitantes, porém o ex-prefeito falhou gravemente na apresentação e execução do plano, deixando uma obra inacabada e uma população sem as poucas opções de espaços públicos que existiam.

Kiko Teixeira, agora, enfrenta o mesmo que seus predecessores enfrentaram: no primeiro ano de mandato é preciso readequar os planos de turismo para evitar o rebaixamento e garantir repasses do DADE. Esse ciclo tem se repetido a cada quatro anos, por pelo menos 16 anos. Foi preciso que Laércio Benko, secretario de Turísmo do Estado de São Paulo, viesse à Ribeirão Pires e atestasse com todas as letras que não perderemos os investimentos, “por enquanto”.

Essa garantia é por tempo limitado porque no início do próximo governo, em 2021, o futuro gestor provavelmente enfrentará novos desafios para garantir a permanência da cidade no Hall das Estâncias.

Há muito tempo temos defendido que não basta apenas a construção de equipamentos ou a realização de festas sazonais para transformar Ribeirão Pires em um polo turístico. Nossos comerciantes ainda estão muitos longe daquilo que se espera do mínimo preparo necessário para atender turistas, e cabe ao Poder Público, treiná-los e incentivá-los a falar a linguagem do visitante. O município também não tem exploração turística que chegue perto do que se vê em cidades com tradição neste segmento, nem mesmo um panfleto com dados sobre as atrações turísticas da cidade existe, quem dirá guias devidamente preparados para conduzir caravanas aos principais pontos de Ribeirão, com boas histórias na ponta da língua.

Enfim, a população também está muito distante de entender o grande potencial que a cidade tem e quais as responsabilidades dos moradores nesse processo de solidificação de uma estrutura turística. Pressionar o governo para ter vaga em creche e medicamento na UBS é uma coisa, criar iniciativas de fomento ao turismo é outra. Talvez um dos poucos cidadãos com a devida compreensão sobre o potencial da cidade sejam pequenos empreendedores que criaram locais

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