O caso, o ocaso e o acaso

De dois em dois anos, o eleitor tem uma missão obrigatória que é a de escolher seus representantes por meio do voto colhido em escolas que, no dia do pleito, se tornam Colégios Eleitorais. Para isso, contudo, é necessária uma etapa prévia, o alistamento eleitoral, que pode ser realizado facultativamente a partir dos 16 anos. Entretanto, o que poderia ser um processo simples, acaba por se transformar em um transtorno.

Peguemos como exemplo um fato ocorrido com a esposa de um de nossos jornalistas. Ela transferiu seu título da Capital para Ribeirão Pires, fez todos os trâmites requeridos na internet e escolheu o local de votação, no caso o Colégio ENAU, que fica a 300 metros de sua residência. Ao chegar no Cartório Eleitoral, foi informada que não poderia fazer a transferência para aquele local pois estaria lotado por ser central e a colocaram em outro local de votação, no caso o Bandeiras, que é um Colégio Eleitoral recente e fica a mais de um quilômetro!

Daí fica a pergunta: se em Brasília foi liberada a vaga (que, em outra oportunidade não estava disponível) qual o problema em deixá-la votar no local pré-selecionado. E mais: nenhum eleitor que lá fazia sua escolha de governante faleceu ou mudou de cidade? Será que não deveria ser feita uma realocação de eleitores para que os mesmos votem sempre perto de suas casas, algo simples em tempos de informatização total do sistema? São coisas mínimas que deixam o eleitor extremamente irritado, já que ele é obrigado por lei a votar.

A ditadura chegou ao fim há anos, um ocaso mais do que esperado a um período sombrio de nossa história, mas seus resquícios seguem assombrando e atrapalhando a vida de muitas pessoas. Já passou da hora de uma reforma eleitoral, uma vez que o brasileiro é maduro o suficiente para saber se deve ou não participar do processo e os que o fizerem, certamente, estão com maior consciência política e a par do que realmente querem para sua cidade, seu estado e seu país.

Afinal de contas, se acaso ele não quiser participar, gastará meros R$ 3,51 – valor muito menor do que a passagem de ida e volta em um ônibus por exemplo…

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