O canto desafinado da sereia opositora

A pouco mais de um ano para as eleições, o clima eleitoral começa a esquentar, com a divulgação das primeiras pesquisas mostrando – ainda de forma inicial – o clima do eleitorado.

A última delas, encomendada pelo Diário do Grande ABC mostra que, em Rio Grande da Serra, ao que parece, não devemos ter muitas surpresas. A gestão de Gabriel Maranhão (PSDB), aprovada pela população tende a continuar. O sucessor de Kiko Teixeira (PSC) aparece com boa margem frente a Claudinho da Geladeira (PT), seu rival no último pleito e que, salvo acerto de ordem superior, deve se manter como desafiante. Diga-se de passagem, em um cenário hipotético, com Kiko candidato, ele teria 49% das intenções, endossando que a continuidade é mais do que provável.

Em Ribeirão Pires, por sua vez, o cenário tende a uma disputa tripartite, entre o atual prefeito, Saulo Benevides (PMDB), o ex-prefeito Clóvis Volpi e o próprio Kiko. Embora Saulo lidere na enquete espontânea, nos cenários estimulados, o ex-prefeito lidera em uma e está empatado tecnicamente com Kiko em outra.

Neste momento, vemos os pré-candidatos (e até mesmo quem não pode sê-lo) tirando suas casquinhas, tentando mostrar que mais a frente, quando a situação estiver desenhada, podem ser nomes viáveis. Entretanto, se “esquecem” de algo: o que têm a propor ao eleitor? O que podem fazer para melhorar a cidade?

Fora Maranhão e Saulo, que estão nos cargos e contam com projeto definido – ou seja, o eleitor sabe o que eles se propõem a fazer – e um ou outro outsider, não vemos propostas efetivas. Ora, não é preciso esperar as convenções ou o avanço do tempo para definir o que de objetivo pode ser feito, quais as falhas administrativas que podem ser corrigidas. O que se nota é ânsia de poder pelo poder e não algo concreto que possa ser efetivamente realizado em prol da(s) cidade(s).

Ainda mais agora que existem as redes sociais, as queixas que antes podiam até mesmo ser “jogadas para debaixo do tapete” se tornam públicas. Não é complicado para quem quer que seja, portanto, saber o que a população anseia em tempo real. Desta forma, fica a pergunta: onde estão as propostas da oposição? Se obtiverem o poder da caneta, o que mudariam?

No aguardo das respostas, uma constatação: ainda que os gestores, segundo o mesmo jornal supracitado, não tenham a melhor das avaliações, os atuais comandantes aparecem na liderança nas enquetes espontâneas em cinco das sete cidades da região, indicando que, dentre os que têm opinião formada, o canto da sereia dos opositores não têm feito efeito. Não seria hora de estabelecer uma estratégia?

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