O câncer no alvo do povo

O câncer, por dois motivos diametralmente opostos, esteve em voga nos últimos dias e acabou por gerar acaloradas discussões. A primeira, e principal delas, foi a respeito do ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, que teve diagnosticado um tumor na laringe.

Foi muito triste ver alguns, aproveitando o infortúnio de outrem, destilar o ódio contra ele, muitas vezes por ideologia partidária e com preconceito embutido na frase “que ele seja obrigado a se tratar no SUS (Sistema Único de Saúde)” usando o tom de que um tratamento na rede pública de saúde seria o pior dos universos dito, claramente, por pessoas que, em sua maioria, nunca fizeram uso de tal serviço.

Uma afirmação deveras ignorante, já que o melhor hospital do país para tratamento do câncer é o Instituto do Câncer de São Paulo (ICESP), que pertence ao Governo do Estado e está integrado ao SUS. Ou seja: se Lula vai se tratar na rede privada, que o faça, já que estará liberando uma vaga a outra pessoa que não tem condições de arcar com o tratamento. O que não pode é usar uma desventura para destilar o ódio aproveitando do suposto anonimato da Internet.

A segunda discussão é a respeito da frase proferida por Andrés Sanchez, presidente do Corinthians de que conselhos deliberativos de clubes são “cânceres”, porque os seus membros por terem muito tempo de clube, acham que mandam mais do que os administradores. Apesar de ter sido criticado, verdade seja dita, ele não disse nenhuma mentira. A prerrogativa para se estar nestes órgãos é o amor pela entidade, mas, quando ele se junta com a política, cria uma relação prejudicial.

Esse sistema de gestão já se provou defasado e capaz de derrubar gigantes, como aconteceu com o próprio clube do Parque São Jorge e hoje acontece com o Palmeiras. Se isso acontece em entidades deste tamanho, imaginem nas menores? Por isso mesmo, faz-se necessário um tratamento intensivo, de choque, uma vez que, em qualquer caso, o câncer, quando não tratado, fica incontrolável e pode levar a óbito. Isso se não for tratado em tempo, é claro.

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