O ano é novo, já os problemas…

O ano começou daquele jeito que o paulista já conhece muito bem: com chuva. Sai ano, entra ano, e as notícias que marcam o verão infelizmente continuam as mesmas. Vidas se perdendo com os temporais típicos da estação, que não são nenhuma novidade.

No início da semana passada, mãe e filho morreram soterrados após um deslizamento de terra no Jardim Zaíra, em Mauá.

Em janeiro de 2010, Ribeirão Pires foi cenário de um caso similar. Encosta no bairro Santo Bertoldo cedeu e provocou a morte de mãe e duas filhas.

Quando essas tragédias acontecem começa a busca pelos culpados: as Prefeituras, as famílias que não deveriam ter construído suas moradias em áreas de risco, do governo estadual, do presidente da República… A responsabilidade é de todos, mas seria muito mais útil discutir e fazer ações para que essas notícias não se repitam a cada início de ano.

Os locais onde acontecem esses tipos de acidentes são desoladores e não é preciso chover para perceber que alguns lugares são cenários de tragédias anunciadas. Mas, mesmo assim, muitas vezes, casas só são interditadas depois que elas ocorrem. Outras vidas serão poupadas, mas aquelas que se foram nunca mais serão recuperadas, assim como a dor dos familiares, que conviverão para sempre com feridas que até se cicatrizam com o tempo, mas nunca se curam de vez.

Em comemoração aos 20 anos do Consórcio Intermunicipal do ABC, os sete prefeitos apresentaram o Planejamento Regional Estratégico que irá guiar os trabalhos a serem desenvolvidos pela entidade ao longo da próxima década. No documento está incluída a questão das enchentes, outro problema que assola a região há muitos anos. Que realmente daqui por diante os atuais Chefes de Executivo e os que ainda virão trabalhem para fazer desse objetivo uma meta cumprida e que incluam também em seus planos de governo a questão habitacional, pois se fala muito em Saúde, Educação, Segurança e esquece-se que o item habitação é tão importante quanto todas essas outras. O verão dura muito pouco, apenas quatro meses, mas isso não tira a gravidade do problema de quem vive em áreas de risco, chova, ou faça Sol. Não pode mais ser permitido que pessoas continuem a viver nesses lugares, que córregos fiquem sem limpeza constante, servindo como depósito de lixo, tampouco deixar cidadãos sem um lugar digno para viver quando tudo aquilo que eles conquistaram com tanto sacrifício foi levado pelas águas da chuva.

Esperamos que um dia as notícias de janeiro sejam outras, agradáveis assim como a estação e que tragédias não sejam mais um episódio repetido em Mauá, em Ribeirão Pires, em Rio Grande da Serra, nem em nenhum outro lugar.

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