No Dia da Água, preocupação: 74% dos paulistanos não se empenham para evitar desperdício

Hoje se celebra o Dia Mundial da Água. No dia 22 de março de 1992, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu a data visando o debate e a conscientização sobre a importância deste recurso tão precioso. Apesar da Terra ser denominada como o “Planeta Água”, apenas cerca de 0,008 % do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). Como se não bastasse, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem.

Segundo previsões de entidades que estudam a questão do abastecimento, em 2025, uma em cada três pessoas correrá o risco de ficar sem água

Pelo menos 17 países do Oriente Médio, sul da África, regiões secas da Índia e China, envolvendo um bilhão de pessoas já não conseguem manter os mesmos níveis de abastecimento que tinham no ano de 1990.

Outras regiões, como 24 nações da África Subsaariana, compreendendo 348 milhões de pessoas atualmente, também precisam fazer muito esforço para conseguir água para seus povos. Em muitos destes lugares as pessoas precisam caminhar longas distâncias para conseguir uma lata de água.

Segundo previsões de entidades que estudam a questão do abastecimento, em 2025, uma em cada três pessoas correrá o risco de ficar sem água.

Mas apesar da consciência do problema, ainda falta empenho para transformá-la em ações práticas. É o que mostra a primeira pesquisa sobre o uso dos recursos hídricos por parte da população na região metropolitana de São Paulo, realizada pelo IBOPE Inteligência e o Comitê de Bacias Hidrográficas do Alto Tietê (CBH-AT), em comemoração ao Dia Mundial da Água.

De 11 a 14 de fevereiro de 2011 foram entrevistadas 1.008 pessoas em toda a Região Metropolitana de São Paulo, a partir de 16 anos de idade. No ABC, participaram os municípios de Rio Grande da Serra, Mauá, São Caetano do Sul, Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema.

Quando a pergunta é relacionada ao empenho para reduzir o consumo de água, o resultado não é satisfatório: embora 94% das pessoas aleguem preocupar-se em fazer melhor uso da água, 74% dizem que se empenham, porém não muito.
A pesquisa também levantou respostas espontâneas sobre como o entrevistado poderia reduzir o desperdício de água na própria casa.
A redução do tempo de banho foi citada por 71% das pessoas; 50% disseram poder fechar a torneira ao escovar os dentes ou fazer a barba; 37% citaram o aproveitamento da água de máquinas de lavar roupa e torneira para outros fins; 33% sugeriram não lavar a calçada com mangueira; e 30% falaram em acumular a roupa suja para lavar de uma vez, entre outros.
Residências, as vilãs – De acordo com o levantamento, 66% dos entrevistados acreditam que o maior desperdício de água no país seja proveniente das residências, enquanto 30% atribuem à indústria e 4% à agricultura.

Já a respeito do maior consumidor, as casas também foram apontadas pela maioria: 53%; 35% acham que é a indústria e 10% acreditam que seja a agricultura.
Indústrias, as maiores poluidoras – Quando perguntadas quanto ao maior responsável pela poluição da água, 75% apontaram a indústria, 22% culparam as residências e apenas 2% consideram que seja a agricultura.
Confrontadas quanto à disposição de conviverem com a degradação ambiental em prol do desenvolvimento econômico, 79% das pessoas alegaram não estar dispostas, enquanto 18% disseram-se favoráveis a isso.
Avaliação do governo – A pesquisa ainda ouviu a população sobre a qualidade da atuação das esferas públicas na conservação dos recursos hídricos.
A avaliação de boa ou ótima foi dada por 36% dos entrevistados no caso do Ministério do Meio Ambiente, 29% no caso do governo de São Paulo e 28% para a prefeitura da cidade do entrevistado.
Da mesma forma, as avaliações de ruim ou péssimo foram dadas por 16% das pessoas para o Ministério do Meio Ambiente, 20% para o governo de São Paulo e 24% das pessoas para a prefeitura da própria cidade.
Sua opinião – E você, que avaliação faz da Prefeitura da sua cidade com relação à atuação na conservação dos recursos hídricos? Deixe seu comentário.

ONG ambiental lança campanha “15 Dias de Água”

 

Para comemorar o Dia Mundial da Água, a ONG ambiental TNC (The Nature Conservancy) lançou a campanha “15 Dias de Água”, que tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da água e como ela está presente no dia a dia de cada um. Em seu perfil no microblog Twitter, ela vem apresentando dicas interessantes a respeito da utilização do líquido na composição de produtos e alimentos. Confira algumas:

– Evite sobremesa. São necessários 10.777 litros de água pra fazer uma porção de chocolate;

– Ande de bicicleta. A produção de um carro exige aproximadamente 147.971 litros de água;

– Alimente-se de forma saudável. São utilizados 185 litros de água pra fazer um pacote de salgadinho, mas só 68 litros pra cultivar uma maçã;

– Leve sempre uma garrafinha reutilizável com você. São necessários 5,5 litros de água pra fazer uma garrafa PET.

– Fique com o jeans velho. São necessários 6.813 litros de água para produzir algodão suficiente para fazer um par de jeans;

– Reduza o tempo de banho em 5 minutos e economize 75 litros de água por banho;

– Evite as bebidas alcoólicas. São necessários 117 litros de água pra fazer um copo de vinho;

– Você realmente precisa desse calçado novo? 11.023 litros de água são necessários para produzir 453g de couro.

Declaração Universal dos Direitos da Água

No dia 22 de março de 1992, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”, onde apresentou uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água. Veja a seguir:

Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º – A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Fonte: Consumidor RS

Compartilhe

Comente

Leia também