Militante do movimento LGBT defende política de minorias

Ao término da sessão da Câmara da última terça-feira, dia 03, uma munícipe utilizou a tribuna para abordar um tema “quase nunca abordado e raramente discutido em todas as esferas da sociedade, mas que merece toda atenção e todo o interesse possível: a Diversidade”. Mari Evangelista, personalidade atuante nos movimentos de defesa de direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e simpatizantes), discorreu sobre o tema e chamou atenção dos presentes.

Mari Evangelista usou a tribuna da Câmara para lançar um importante alerta social

“A Diversidade se tornou uma palavra de efeito para justificativas de trabalhos pequenos e assistencialistas e perdeu o seu real significado. Falar de diversidade é falar de tolerância e respeito, é ter interesse por qualquer parte social que não seja o homem branco, com a saúde estável, movimentos motores impecáveis, com estudo o suficiente para uma boa colocação profissional e heterossexual”, destacou Mari. Segundo ela, diversidade é proporcionar qualidade de vida a todas as pessoas seja lá qual for a sua situação financeira, idade ou capacidade.

A militante reclamou da precariedade do sistema de saúde pública, em especial de Ribeirão Pires, onde “não tem sequer um aparelho para um exame que é um direito adquirido da mulher neste país”.  Mari comenta: “Tenho a minha saúde exposta a vulnerabilidade de um sistema de saúde doente e convivo com a desvalorização  da educação e da cultura”.

De acordo com dados do IBGE, divulgados por Evangelista, um homossexual é assassinado a cada 36 horas e a cada 15 minutos uma mulher é agredida no Brasil. “Isso prova que os crimes de intolerância precisam de iniciativa pública e interesse político para que possam ser minimizados”. Ela sugere a criação de programas de conscientização acessíveis para a população.

Por fim, a munícipe mandou um recado para os governantes municipais: “Vivemos em uma cidade que se diz aos quatro cantos, ser boa de viver, mas não é tolerante, não entende as especificidades dos seus munícipes e simplesmente ignora a sua existência. Por falta de interesse político aparentemente se esquece de que há outras mais vilas além da Vila do Doce. Resolvendo problemas simples, se interessando, ou até mesmo assumindo a ignorância sobre determinado assunto e tendo a humildade de aprender, poderemos dizer que essa cidade é realmente boa de viver com dignidade e não apenas de aparências de grandes monumentos, jardins e festas que não cabem no orçamento do morador ribeirãopirense”.

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