Manda quem pode, obedece quem tem juízo

Gosto de utilizar ditos populares para ilustrar meus escritos, já que eles ajudam na compreensão e memorização do texto. Há dias, os munícipes de Ribeirão Pires vêm convivendo com uma miríade de carros com o adesivo de campanha de Dedé da Folha, impingido aos proprietários destes veículos (quase sempre funcionários da Prefeitura), familiares e membros dos partidos do grupo governista. E quem porventura ousar se recusar a colar estará sujeito a represálias.

Fiz um adesivo com o mesmo layout do candidato governista e convidei alguns cidadãos a exibi-los em seus carros, o que foi aceito por uma minoria já que, mesmo os que não têm vínculo direto com a Administração, afirmaram temer represálias caso ostentem o colante.

Não há como entender como, em pleno século 21, no ápice do Estado Democrático de Direito, em uma região do país onde as instituições políticas, policiais e jurídicas atuam com rigor, um “candidatozinho” e seus apoiadores possam intimidar toda uma população, salvo exceções. Vale lembrar que o tempo dos jagunços já se foi, apesar de alguns descendentes dos mesmos agirem como se ainda fosse possível intimidar, agredir ou até mesmo eliminar fisicamente um adversário e/ou desafeto.

Fazer isso via imprensa, porém, se tornou corriqueiro em nossa pobre estância e, não fosse a coragem e o desprendimento de alguns profissionais da escrita que enfrentam e denunciam os abusos praticados, a situação poderia ser de domínio quase absoluto afinal, caladas as vozes de oposição, “eles” reinariam absolutos, impondo um regime medieval de intimidações e represálias.

Lelé da Cuca

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