Maestro João Carlos Martins elogia Escola de Música de Ribeirão Pires

Há pouco mais de dois meses o a produção do programa CQC (Custe o Que Custar), transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão, esteve em Ribeirão Pires gravando o quadro Proteste Já! que apresenta denúncias feitas pelos moradores das cidades brasileiras.
Na ocasião, a Escola Municipal de Música foi alvo de críticas por seu estado precário e falta de estrutura após ter sido alvo de ladrões que invadiram o antigo prédio onde funcionava a instituição, levarem quase todos os instrumentos e deixarem um rastro de vandalismo. O quadro foi gravado e poucas semanas depois foi ao ar com o compromisso do Secretário de Cultura, Cassiano Filho, de que as novas instalações voltariam em outubro, o que de fato aconteceu.

O Maestro João Carlos Martins, Oscar Filho e Cassiano durante gravações do CQC

O Maestro João Carlos Martins, Oscar Filho e Cassiano durante gravações do CQC


Na semana passada, a produção do programa retornou à Ribeirão Pires. O apresentador Oscar Filho veio conferir se a promessa havia sido cumprida acompanhado de uma surpresa para os responsáveis pela Cultura Municipal, professores e alunos da Escola de Música: a presença do Maestro João Carlos Martins, um dos maiores nomes da música clássica erudita, que elogiou as novas instalações e ainda tocou piano para o deleite dos presentes.
“Estou muito feliz que tenham conseguido cumprir a promessa. É um alívio. Vocês me impediram de cometer meu primeiro assassinato”, brincou Martins.
Antes do término da gravação do quadro, Ribeirão Pires foi presenteada com um pedido do Maestro João Carlos Martins. “Sempre que vou a qualquer lugar, me pedem um espaço na agenda; desta vez vamos fazer diferente, quero eu aqui, pedir que vocês me deixem vir e me apresentar para a cidade e, quem sabe, tocar alguma coisa no piano”, disse o Maestro, pegando todos de surpresa e deixando o Secretário sem reação.

Reconhecimento internacional – Sob uma história de inúmeras superações, João Carlos Martins foi um garoto complexado devido a um procedimento cirúrgico mal realizado, que o deixou com uma lesão no rosto aos cinco anos de idade.
Ainda pequeno, João ganhou um piano do pai, que o incentivou a aprender música, que mais tarde seria sua profissão e o faria conhecido em todo o mundo. O Maestro passou a ser aclamado e teve o prazer de tocar nos maiores teatros do mundo, até que um acidente comprometeu seus movimentos do lado direito do corpo. A partir daí não seria mais possível tocar piano com as duas mãos.
E como se tudo isso já não fosse o bastante, cinco anos depois descobriram um tumor em sua mão esquerda. E aos 63 anos ele ouviu do seu médico que nunca mais tocaria piano, mas João não se deu por vencido e hoje continua a tocar com a mão esquerda e dois dedos da mão direita.
Morreria um pianista e nasceria um maestro. No dia seguinte ele se inscreveu em aula de regência e se apresentou em Paris e Londres, formou a orquestra Bachiana Filarmônica, trabalhou com jovens carentes dos bairros da periferia de São Paulo, sempre se lembrando do que seu pai dizia: “Persiga seu sonho que um dia ele virá atrás de você”.
Não bastasse tanto sucesso e homenagens ao redor do mundo, o Maestro passou a fazer parte da equipe de composição de enredos da Escola de Samba Vai-Vai, da qual recebeu, em 2011 o convite para ser o tema do Samba Enredo.

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