Kiko terá que usar sua experiência para construir uma nova Ribeirão Pires

Desde o último domingo, Ribeirão Pires já sabe o nome de seu novo prefeito. Com pouco mais de 31% dos votos, Kiko Teixeira irá comandar a cidade pelos próximos quatro anos e terá muito trabalho pela frente.

Ele irá herdar uma cidade atolada em dívidas, com quatro de anos de muitas ideias e pouca ação, falhas na manutenção pública, déficit recorde, falta de confiança da parte de investidores e gestores e, principalmente, uma bagunça administrativa sem precedentes e muitas contas para pagar, como repasses atrasados para a Câmara Municipal e a Apraespi, prejudicando o funcionamento e resultando em situações sem precedentes em gestões anteriores, como funcionários públicos municipais obrigados a atrasar pagamentos de contas e com dificuldades para o próprio sustento.

O descalabro administrativo é tamanho que o prefeito Saulo Benevides está sendo obrigado a fazer cortes drásticos no apagar das luzes da gestão para ter os recursos necessários ao pagamento de contas no dia a dia – algo que deveria ter sido feito há muito tempo e poderia ter evitado vexames maiores como o quase corte da luz nos escritórios locados pela Prefeitura no Garden Shopping.

A sorte de Ribeirão Pires é que o novo prefeito tem experiência nesse tipo de situação. Em 2004, assumiu Rio Grande da Serra que ainda se recuperava de um conturbado período político que contou com a morte de dois prefeitos, a interinidade de outro e uma eleição extraordinária que elegeu um prefeito de apenas 21 anos, antes da eleição de Ramon Velasquez.

Como grande mérito, Kiko iniciou um processo de desenvolvimento que devolveu ao cidadão o orgulho de ser rio-grandense, tendo sido reeleito com 87% dos votos e feito seu sucessor, Gabriel Maranhão, que também faz governo elogiado e foi reeleito no último domingo.

Esse currículo nos dá a esperança de que Ribeirão Pires viverá tempos melhores com uma gestão mais equilibrada e responsável em todas as áreas. Hoje, é uma cidade de sonhos, de planos, de muito empirismo e quase nenhuma prática. A cidade que a população deseja é a de realizações, com sua vocação, seja ele no turismo, na indústria verde ou na prestação de serviços bem definida, gerando empregos e renda, com respeito ao patrimônio histórico, com Saúde que funcione e que não viva de promessas vazias como shopping, teleférico, perimetral e cidade do Papai Noel, entre outras. Uma cidade justa, com administração honesta quanto a suas possibilidades e, principalmente, transparente e responsável com o cidadão.

Para finalizar, uma frase de Jânio Quadros, quiçá o político que melhor fez uso da língua portuguesa, que ilustra bem a herança de Saulo Benevides a Ribeirão Pires: “O descalabro das finanças e o descalabro administrativo: um segue os passos do outro”.

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