Jornalismo, a nova profissão de risco

Em nenhum manual de jornalismo se explica os riscos que um profissional de comunicação passa ao trabalhar com informação. Entre o hall de pensadores da profissão, a regra é clara: nenhuma pauta vale mais do que a vida do jornalista. Em outras palavras, se a busca pela informação for de qualquer forma perigosa, tanto o comunicador quanto a empresa onde ele trabalha devem avaliar se vale mesmo a pena divulgar o conteúdo.

Segundo dados levantados pela CPJ (Comitê para Proteção de Jornalistas), entidade independente sediada em Nova York (EUA), só nos sete primeiros meses de 2012, 25 jornalistas foram mortos em serviço na América Latina, destes 6 só no Brasil (em 2011 foram 43 assassinatos em todo o mundo). Os crimes, em geral tiveram motivações políticas após o trabalho do jornalista interferir em objetivos de um grupo político. Logo, a cobertura de eleições entrou na estatística como sendo mais perigosa do que a cobertura em áreas de risco como a Síria, o Iêmen ou o Afeganistão.

Celso Schroder, presidente da FENAJ (Federação Nacional de Jornalistas), avalia que tanto o profissional quanto as empresas de comunicação precisam criar mecanismos para proteger seus jornalistas dos abusos de políticos que ameaçam o coagem aqueles que, de alguma forma, divulgam informações que desfavorecem tais grupos.

Os mecanismos, no entanto, tendem a ferir a liberdade de expressão, uma vez que as empresas de comunicação estão optando por não abordar certos assuntos devido ao risco. Depois da morte de um profissional da Rede Bandeirantes, baleado enquanto cobria uma operação policial em um morro carioca, alguns jornais deixaram de pautar o trabalho das UPPs. Dessa forma, a população não é informada de modo independente, um insulto ao direito de informação. Ou como expressou o jornalista Marcos Emílio Gomes: “Cada atentado contra agentes da imprensa que fica sem esclarecimento nem punição resulta num golpe contra a liberdade de informação”.

O Mais Notícias tem um sincero compromisso com o leitor de informá-lo sobre os assuntos relevantes da cidade. Ao mesmo tempo, cuidamos de nossos profissionais porque entendemos que sua segurança é uma regra fundamental para a manutenção da liberdade de imprensa aplicada em Ribeirão Pires. Nestas eleições, através de uma parceria com o TSE, nos tornamos um dos canais oficiais de divulgação dos resultados do pleito e, por isso, ofereceremos uma cobertura completa sobre o assunto, cientes do risco, é claro.

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