Há coisas que devem ficar como estão

Nesta semana, uma das grandes polêmicas da cidade foi a respeito do Cartão Servidor que estaria em vias de suspensão por parte da Prefeitura de Ribeirão Pires. Alegando problemas para a instalação das máquinas em alguns pontos da cidade por conta da falta de Internet instalada, o prefeito Saulo Benevides teria pedido a troca da operadora (a ACCredito) por outra.

O caso, que está relatado em matéria desta edição, traz à tona “velhas manias” da classe política, a de mexer no que está funcionando e de ignorar o que precisa ser feito. Ora, o Cartão Servidor Cidadão – promessa de campanha do atual prefeito – é um sistema que, em pouco mais de quatro meses, se mostrou totalmente eficaz. Além de ser um benefício extra para o funcionalismo, dando fim à malfadada Cesta Básica que, além de trazer produtos que nem sempre eram de utilidade ao servidor também dava infinita margem para desvios de recurso, também é um benefício para o comércio local, injetando cerca de meio milhão de reais na economia local, fôlego importante em tempos de crise.

Dados extraoficiais mostram que há lojas do Centro que aumentaram seu faturamento em até R$ 50 mil mensais e que os funcionários públicos, via de regra, aprovam o benefício que, diga-se de passagem, pode ser usado tanto para alimentação quanto para a aquisição de outros bens, desde que sejam vendidos em lojas de Ribeirão Pires. Ou seja: um serviço bom para todos. Se está funcionando, por que mudar?

Fontes do Paço citam que seria uma mudança para outra operadora, como a Elo (antiga Visa Vale) ou ainda a Sodexo ou SoroCred (vinculadas a RedeCard). Entretanto, essa solução “Salomônica” está longe de ser a ideal. Teríamos uma nova operadora, mas a que custo? Muito provavelmente o de mandar por terra a principal premissa do Cartão, que é a de injetar recursos na economia local e assim ajudar Ribeirão Pires a enfrentar a crise, que tende a se agravar esse ano.

O que talvez Saulo Benevides não saiba são as verdadeiras intenções por trás das “forças ocultas” que o levam a tomar essa decisão que, por sinal, pode ser uma pá de cal em uma ideia que comprovou ser uma das medidas mais acertadas deste governo.

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