Falta estudo no trânsito brasileiro?

Na última semana, destacamos neste jornal a polêmica que envolveu o radar móvel instalado na Avenida Francisco Monteiro, em Ribeirão Pires. Inúmeros motoristas foram autuados e questionaram a redução de velocidade na via que, segundo a maioria deles alega, tem problemas na sinalização.

Esta semana, em São Paulo, a grande polêmica é a respeito da redução de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros, que teve a velocidade em sua pista local definida para 50 km/h, na pista central 60 km/h e na pista expressa, 70 km/h. Ainda que a Prefeitura da Capital alegue que tudo não passa de um teste e que há a premissa de salvar vidas, a presença dos malfadados radares não deixa de levantar suspeitas de mudança em prol da arrecadação.

Em toda a extensão das vias (45 Km) foram instalados 18 pontos de fiscalização que, embora não tenham lá muita função nos horários de pico (em que a velocidade média chega a inacreditáveis 12km/h), devem ser de boa serventia nas madrugadas. Cabe ressaltar que, recentemente, um carro passou a 248 km/h e não foi multado porque, com a alta velocidade recorde, o equipamento chegou a seu limite.

Considerando ainda que, a despeito da divulgação nos meios de comunicação, boa parte do trânsito nas marginais são de pessoas de fora, que estão de passagem. Ou seja: a tendência é de um festival de multas que serão distribuídas nos próximos dias.

Não estamos aqui defendendo a manutenção de altas velocidades, afinal, sabemos que velocidades menores dão margem menor para eventuais desastres e mortes. O que questionamos é a forma com que são feitas as alterações de velocidade nas vias. Falta estudo e, porque não, coerência na hora de proceder nas alterações. A impressão que passa é que tudo é feito de forma empírica, sem estudo por um profissional qualificado. Desta forma, são criadas “armadilhas de velocidade” que, via de regra, se convertem em fábricas de multas.

Com bom humor, o paulistano fez até piada com a situação, falando que a Marginal virou uma grande ciclovia ou ainda se questionando sobre uma hipotética situação: e se, de madrugada, a 50 Km/h, um motorista com R$ 500 no bolso fosse abordado por um bandido em uma moto? Valeria mais a pena entregar o dinheiro ou ficar sujeito a uma multa de R$ 574,62 para fugir? Seria engraçado, não fosse trágico.

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