Está em nossas mãos

Quando o assunto é aprovação de lei que vai colocar “ordem na casa”, ou seja, vai mexer com a toda poderosa classe política, o ato é uma verdadeira novela, com longos capítulos e aquela expectativa da população para ver qual será o final, que, se espera, seja feliz.

É o caso da “Ficha Limpa”, lei que veta a candidatura de políticos condenados em decisões colegiadas ou que tenham renunciado a mandato eletivo para escapar de cassação. Uma conquista para o povo brasileiro, mas cuja definição para validade já nestas eleições foi deixada para ser decidida praticamente “aos quarenta e cinco do segundo tempo”, como se diria em uma importante partida de futebol, que segue empatada.

Na madrugada da última sexta-feira (24), o julgamento sobre a Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspenso após empate de cinco votos a favor e cinco contrários à sua aplicação no pleito deste ano. Os ministros decidiram suspender a proclamação do resultado do julgamento, uma vez que não chegaram a acordo sobre como acabar com o impasse do empate. Atualmente, o STF conta com dez membros, uma vez que o posto do ministro Eros Grau, aposentado neste ano, não foi preenchido.

De acordo com juristas e outras pessoas que acompanham o STF, a tendência é que ministros mantenham o impasse sobre a lei até a escolha do 11º ministro, o que só acontecerá após o pleito.

Na verdade, a decisão está com o eleitor. Escolher candidatos “ficha limpa” já deveria ser uma atitude de muitas outras eleições. Se a norma que separa uma laranja podre das restantes do cesto já estiver valendo no próximo domingo, ótimo. Se não, faça com que ela valha, pesquise nesses últimos dias, não quem está na frente das pesquisas eleitorais no clima de “já ganhou”, ou o nome mais conhecido, ou o mais simpático e engraçado, mas sim candidatos que tenham trajetória marcada por trabalho, comprometimento e seriedade. E ser “ficha limpa” não é o único requisito para essa contratação, como podemos chamar a eleição. Propostas possíveis de saírem da fala da campanha para a concretização também devem constar no currículo.

O destino dos próximos quatro anos está em nossas mãos, com ou sem a decisão do Superior Tribunal Federal.

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