Eplan fecha as portas e dá calote em mais de 50 trabalhadores

Ainda como reflexo da crise, a Construção Civil enfrenta momentos turbulentos no país, com o volume de vendas em queda e voltando aos níveis de 2012. Com isso, algumas empresas têm enfrentado dificuldades.

Empresa orientou ex-funcionários a buscar a Justiça

Empresa orientou ex-funcionários a buscar a Justiça

Em Ribeirão Pires, recentemente, a Eplan, maior do setor abrigada na cidade, encerrou suas atividades e demitiu colaboradores. Entretanto, cerca de 50 trabalhadores estão sem receber salários e os direitos trabalhistas, no caso, verbas rescisórias.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção (Construmob), a Eplan comunicou os funcionários de que “não pagaria aviso prévio, saldo de salários e sequer a rescisão de contrato” e que os orientou a “caso quisessem, que procurassem os direitos na Justiça”.

Em entrevista ao Mais Notícias, o Dr. Norberto Napoleão, advogado do Construmob, ressaltou que “não existe acordo. A empresa (Eplan) alega falta de recursos e mandou os funcionários procurarem a Justiça. Os trabalhadores procuraram o Sindicato e a maioria resolveu lutar por seus direitos conosco. Estamos pedindo o que é devido, mas queremos de imediato a liberação do Fundo de Garantia e do Seguro Desemprego para que, ao menos, tenham fôlego financeiro neste fim de ano e também para aguentar até o fim do processo”.

Mauro Coelho, diretor do Construmob, lamentou a atitude: “A empresa nunca comunicou o sindicato sobre dificuldades. Deixou a coisa acontecer para avisar. Poderia ter comunicado os trabalhadores, o Sindicato e não simplesmente mandá-los procurar a Justiça. É muito cômodo fazer isso e deixar os funcionários com uma mão na frente e outra atrás sem dar qualquer opção”.

Coelho completa falando que a quitação do débito está condicionada a outro pagamento, o que deixa a situação ainda mais preocupante: “A Eplan alega que tem uma fatura para receber em Santos. Quer dizer que se não pagar a fatura não vai arcar com a responsabilidade?”

“Os trabalhadores são a riqueza dos patrões, o patrimônio da empresa. Estamos falando de uma companhia conceituada, com mais de 30 anos, muitas obras realizadas. Largar pais de família na mão, alguns com mais de 20 anos de casa, é uma grande sacanagem, com o perdão da palavra. As empresas têm que ter mais respeito pelos trabalhadores”, concluiu Mauro Coelho.

A reportagem do Jornal Mais Notícias tentou contato com representantes da empresa, mas não obteve êxito.

Mais problemas – Outra construtora que está com problemas é a Leoma, que fica no Centro Alto. Em Rio Grande da Serra, todos os trabalhadores de uma obra foram dispensados em setembro sem o pagamento de rescisões, aviso prévio e o último mês de salário, referente ao próprio mês de setembro. No caso da Leoma, uma mediação está agendada para a próxima semana, na Delegacia Regional do Trabalho e há uma possibilidade de acordo. Contatada, a empresa afirmou que não irá se pronunciar antes disso.

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