Enforcar o trabalho ou o crescimento?

Ontem, o Brasil encerrou um mega-feriado, quando, no melhor estilo carnavalesco, as atividades normais foram suspensas por nada menos do que seis dias, somando-se as emendas, os sábados e os domingos, a pausa causou inúmeros prejuízos ao país e as empresas, já que os negócios em geral ficaram parados.

Para boa parte da população, foi um descanso válido, mas e para o país? Quanto se perde em termos produtivos? Um estudo feito FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), calculou em R$ 44 bilhões para este ano, sendo que deste valor, o Estado de São Paulo é o maior contribuinte, com R$ 14,6 bilhões, ou cerca de 33% do montante.

Este valor foi ampliado por conta de dois grandes vilões, os tais dos pontos facultativos e “enforcamentos”, aquela velha tradição de emendar feriados que caem as terças e quintas que diga-se de passagem, no caso do recém-encerrado, foi o grande culpado pela “carnavalesca” pausa de seis dias. Desta forma, para o país crescer de fato, seria necessário rever as questões das datas festivas. Será que realmente são necessárias tantas pausas assim?

A conta é simples. Para este mês, novembro, o calendário aponta 22 dias de semana, considerando que teremos cinco semanas. Entretanto, tivemos três feriados e mais dois “enforcamentos”. Desta maneira, restaram apenas 17 dias úteis. Ou seja: quase 50% do mês foi reservado ao descanso e, por consequência, improdutivo.

É preciso uma ação imediata, uma reflexão sobre o real valor dos feriados. Há, no Congresso Nacional, um projeto de lei que tem a intenção de disciplinar as datas festivas em meios de semana, remarcando-as para as segundas ou sextas-feiras, uma maneira de minimizar os prejuízos ao PIB e também satisfazer os “ansiosos por descanso”, um projeto que, por sinal, é baseado em um similar chinês.

Para ser um país grande, é preciso pensar grande. E isso passa necessariamente por menos descanso e mais trabalho, já que as contas e despesas não são medidas por dias úteis e chegam integrais e religiosas a cada mês.

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