Dura Automotive anuncia fim das atividades e surpreende funcionários

Empresa chegou a contar com 1.400 funcionários

Em notícia que surpreendeu os cerca de 250 funcionários, a Dura Automotive, metalúrgica multinacional com origem nos Estados Unidos sediada em Rio Grande da Serra anunciou, na última quarta-feira (16) que irá encerrar suas atividades até o final de maio.

Segundo informações, a empresa vinha apurando prejuízos seguidos há alguns anos, o que motivou a decisão. Havia no mercado uma informação de que a implantação de uma nova família de veículos por parte da General Motors iria resultar em um novo contrato para a empresa no segundo semestre, mas a expectativa não se confirmou (o projeto não deve sair do papel antes de 2020) e a matriz decidiu pelo fechamento da planta. Paralelo a isso, ainda há a concorrência de fábricas estrangeiras com produtos de custo menor, o que deixa a situação ainda mais complicada. Por conta desta situação, os funcionários entraram em greve por tempo indeterminado.

Em entrevista ao Mais Notícias, o prefeito fez um relato da situação: “é reflexo da globalização. Os contratos não são fechados aqui, mas sim pela matriz, são mundiais. E temos problemas de defasagem em tecnologia, com produtos feitos em outros países (como o México, que conta com acordo bilateral com o Brasil na área automotiva) com custo menor. Isso cria competitividade desleal e a matriz busca o caminho para ser o mais competitiva possível”, explicou o prefeito, antes de ressaltar: “cerca de 40% dos funcionários residem em nossa cidade e a nossa grande preocupação é preservar os empregos e proteger todas as famílias que dependem da Dura”.

Para tentar reverter a situação, houve uma longa reunião nesta quinta-feira (17) entre representantes da empresa e do sindicato com o prefeito Gabriel Maranhão (sem partido) para tentar uma solução e evitar o fechamento da planta. Não houve, contudo, alteração das perspectivas de momento: “eles foram taxativos e não podemos deixar de ser verdadeiros. Há um esforço da matriz, houve investimento de R$ 100 milhões na planta mesmo tendo prejuízo há quatro anos. Mas estamos negociando, teremos uma segunda rodada na segunda-feira e espero ter boas notícias”.

“Estamos buscando caminhos para buscar uma solução, falando inclusive com os maiores clientes que a Dura tem para ver a possibilidade de adquirir essa planta e assim possamos reverter essa situação triste. Estamos em 2019, um ano de muita esperança. Espero que em breve possamos dar a notícia de que conseguimos reverter essa situação”.

Empresa – A foi procurada durante o dia pela reportagem do Jornal Mais Notícias, mas não houve manifestação oficial. Contudo, uma fonte ligada à empresa afirmou ao Mais Notícias que, de fato, a negociação envolve também clientes e fornecedores (ou seja, não apenas o sindicato e a prefeitura). Quanto às perspectivas, espera-se um posicionamento da matriz nas próximas horas, talvez antes mesmo da segunda rodada de negociações.

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