Disfagia compromete a qualidade da alimentação

O ato de se alimentar vai muito além do ato de prover energia ao corpo. Desde a vida intra uterina, nossa relação com os alimentos vai sendo margeada pela vivência de nossas mães.

Quase que invariavelmente nossos encontros, quer sejam pessoais ou profissionais, estão associados com algum tipo de alimento. O ato da alimentação não se limita apenas a satisfazer necessidades de sobrevivência, mas constitui também fonte de prazer, caracterizando-se, muitas vezes, como um ato social e facilitador da interação entre as pessoas.

O ato de comer deve oferecer prazer e satisfação tanto para o corpo quanto para a mente

É agradável apreciar a apresentação dos alimentos no prato, sentir seu aroma, sua textura e seu sabor. Afinal, o ato de comer deve oferecer prazer e satisfação tanto para o corpo quanto para a mente.

A deglutição é um processo dinâmico e complexo, que envolve estruturas relacionadas à cavidade oral, faringe, laringe e esôfago, submetidas a um controle neural que permite a condução do alimento ou saliva até o estômago. Didaticamente é dividida nas fases oral preparatória, oral propriamente dita, faríngea e esofágica.

Qualquer alteração nessas estruturas pode acarretar um distúrbio de deglutição, denominado de disfagia. Disfagia caracteriza-se por um distúrbio da deglutição ou qualquer dificuldade do trânsito do alimento da boca até o estômago, podendo estar associada a complicações, tais como: penetração de saliva ou alimento no vestíbulo laríngeo antes, durante ou após a deglutição, desnutrição, desidratação ou até mesmo pneumonia aspirativa, além do risco de morte por asfixia.

A disfagia é frequentemente constatada em idosos, em casos de acidente vascular encefálico (derrame), traumatismo craniano, doenças neurológicas (Parkinson, Alzheimer, distrofias musculares, síndromes diversas), câncer de cabeça e pescoço, devido a próteses dentárias mal adaptadas, refluxo gastroesofágico grave e após longos períodos de entubação.

Atualmente, há uma mudança na expectativa de vida do ser humano, como consequência do grande avanço das ciências nas últimas décadas, sendo assim, se faz necessário buscar sempre uma melhor qualidade de vida.

A equipe de fonoaudiologia do Hospital Ribeirão Pires, coordenada pela fonoaudióloga Dra. Nívia Maria da S. Martins, encontra-se capacitada para realização da Videodeglutograma, sendo uma referência no Grande ABC

Em muitos casos, a alimentação por via oral não é segura, sendo necessário empregar alimentação alternativa (sonda enteral ou gastrostomia). As alterações da deglutição devem ser diagnosticadas e tratadas por uma equipe multidisciplinar: médicos, enfermeiros, nutricionistas e fundamentalmente, fonoaudiólogos, que são os profissionais aptos ao trabalho específico da função.

Visando auxiliar na prevenção desses distúrbios alimentares, durante a alimentação se faz necessário:

– Manter a postura ereta e confortável, nunca comer deitado, salvo em caso de orientações específicas;

– Mastigar corretamente;

– Comer devagar;

– Evitar se distrair com estímulos paralelos (TV, conversas);

– Manter a prótese dentária bem adaptada;

– Utilizar, quando necessário, a mudança de consistência. Obs: Alimentos pastosos oferecem menores riscos de engasgos.

Se você perceber que uma pessoa apresenta dificuldade ao engolir, sensação de algo parado na garganta, tosses ou engasgos frequentes causados por alimentos ou pela saliva, notar cansaço, febre, rouquidão ou acúmulos de comida na boca após a alimentação, procure um Fonoaudiólogo.  A disfagia não é uma doença, é um sintoma de que alguma alteração está ocorrendo no organismo.

O diagnóstico de disfagia é realizado através de avaliação clínica, principalmente fonoaudiológica e, quando necessário, através de um Videodeglutograma.

O Videodeglutograma é um exame de imagem objetivo em tempo real que permite constatar, além da existência da disfagia, a sua provável causa e proporciona a possibilidade da realização de manobras terapêuticas, que auxiliam no processo de reabilitação. Através desse exame consegue-se predizer a consistência e a quantidade especifica que cada pessoa pode receber. (Figura I):

A equipe de fonoaudiologia do Hospital Ribeirão Pires, coordenada pela fonoaudióloga Dra. Nívia Maria da S. Martins, encontra-se capacitada para realização da Videodeglutograma, sendo uma referência no Grande ABC.

Dra. Nívia Maria da S. Martins

Fonoaudióloga do Hospital Ribeirão Pires

Mestre em Ciências – Oncologia

Especialista em voz

 

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