Deusdete: o atleta Olímpico de Ribeirão Pires

A um ano dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e em plena disputa dos Jogos Panamericanos em Toronto, no Canadá, o ex-lutador Deusdete Alves, em entrevista ao Mais Notícias, relembrou sua trajetória de conquistas e contou um pouco da sua experiência no boxe e no atletismo, da evolução que observou no esporte ao longo dos anos, além da sua participação na Olimpíada.

Aos 68 anos Deusdete conta com orgulho sua trajetória na Olimpíada de 1972

Aos 68 anos Deusdete conta com orgulho sua trajetória na Olimpíada de 1972

Deusdete Alves, lutador brasileiro reconhecido internacionalmente, nasceu na Bahia, no dia 25 de janeiro de 1947 e alcançou o auge no boxe com sua participação nos Jogos Olímpicos de Munique, Alemanha, em 1972. Boxeador da Seleção Brasileira de 1969 a 1975, disputou várias competições no exterior.

“Eu comecei a treinar boxe aos 12 anos, mas foi aos 19 que entrei para o profissional”, declarou Deusdete. Sua primeira defesa para o Brasil foi aos 22 anos no Latino-Americano, conquistando medalha de bronze. Um ano depois, voltou à disputa e garantiu a medalha de prata.

Aos 25 anos, Deusdete já era Tricampeão Sul-Americano peso pena, no mesmo ano que disputou sua primeira Olimpíada, em 9 lutas como profissional, foi derrotado apenas uma vez. “Lutei no mesmo ano em San Juan, Montevidéu e Munique, sede dos Jogos Olímpicos de 1972. Lá sofri minha primeira derrota”.

Em 1975, aos 28 anos, o boxeador decidiu encerrar sua carreira por uma questão pessoal e declarou lembrar-se de seu último dia como fosse hoje: “Desde aquela terça-feira até hoje nunca mais coloquei uma luva de boxe para lutar profissionalmente”. Aos 32 anos, Deusdete mudou-se para a cidade de Ribeirão Pires onde constituiu sua família.

Depois de ficar 28 anos sem contato com a luta, Deusdete voltou para o boxe, mas como auxiliar técnico na academia Pedro Dell’Antônia em Santo André, permanecendo por 4 anos. Mais tarde, trabalhou em mais duas academias e se especializou como professor de boxe. Fundou em 2009, no quintal de sua casa, a academia Ponto do Atleta e passou a dar aulas para crianças, jovens e adultos do bairro a preços populares, com a arrecadação, segundo Deusdete, revertida apenas para a compra de aparelhos de treinamento.

A Academia Ponto do Atleta foi fechada em 2013 e passou a ser o Bar e Mercearia Ponto do Atleta. Deusdete, que além de boxeador é maratonista, treina de segunda a sábado e participa frequentemente de provas de rua. Hoje, já soma 49 maratonas em seu currículo. Amante do esporte, ele ressaltou que as modalidades que pratica “evoluíram muito ao longo dos anos”, mas que não pensa em voltar a calçar as luvas: “não penso em voltar a ser treinador de boxe e nem me envolver no esporte de Ribeirão Pires”, concluiu.

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