De via de passagem a Pérola da Serra

“Ribeirão Pires, cidade serrana, acolhedora, saudável e humana”. Os versos que abrem o hino da Pérola da Serra, compostos por Américo Del Corto, representam muito bem o que significa esta cidade para quem nela habita. Mas, você, caro leitor, sabe como tudo começou?

Voltaremos aos primórdios do Brasil. A atual Ribeirão Pires (á época chamada Caaguaçu) ficava no caminho entre Santos, onde está até hoje o porto e São Paulo e, em 1558, integrou a cidade de São Paulo, então São Paulo de Piratininga, formando uma vasta área territorial. Tudo acontecia na Estrada de Guaió, passagem obrigatória para os que pretendiam para lá ou para Mogi das Cruzes, o que trouxe bandeirantes, garimpeiros e milícias de outras cidades, como Aldeia do Ururaí, depois São Miguel, que usavam a cidade como via de passagem para as minas de outro da Serra do Mourão.

Em 25 de março de 1714, com a construção da Igreja Nossa Senhora do Pilar, Ribeirão Pires se consolidou recebendo famílias que aqui desejavam construir raízes e uma vida econômica, aproveitando justamente a via de passagem que, por sinal, também foi responsável pela chegada da ferrovia, São Paulo Railway & Co., que ligava as áreas produtoras de café ao Porto de Santos. Em1885, aestação Ribeirão Pires foi inaugurada e acabou por ser o estopim do desenvolvimento.

Desta forma, a cidade, propriamente dita tem 299 anos, mas, como a política pauta a história, vamos a 1953, quando no dia 19 de março, a cidade – então parte de Santo André – declarou-se emancipada. A separação de fato veio apenas no dia 30 de dezembro daquele ano, quando o governador Lucas Nogueira Garcez sancionou a lei 2.456, que estipulava o quadro territorial para o quinquenio 1954/1958, válida a partir de 1º de janeiro de 1954. O artigo 14 autorizou a cidade a contar com 13 vereadores, assim como Mauá e Valinhos. A nota anexa de número 130 dizia que “A comarca de Santo André foi criada, pela Lei n. 2420, de 18 de dezembro de 1953, e passa a compreender o município de igual nome e os de Mauá a Ribeirão Pires” e a 132 batia o martelo de uma vez por todas: “O munícipio de Ribeirão Pires é criado, com sede na vila de igual nome e com território desmembrado do respectivo distrito (no caso, Santo André)”. No Anexo II, além dos limites municipais, estabelecia-se que a Pérola da Serra seria criada em 1954, colocando assim um marco zero na história moderna da cidade que todos nós conhecemos e amamos.

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