De “traidor” a “aliado”. O que mudou em Dedé da Folha?

Uma foto, veiculada na última semana, causou furor na cidade, ao mostrar uma mudança de opinião drástica: integrantes do grupo que apoia a pré-candidatura de Rosí de Marco (PSDB) – incluindo a própria – sacramentando união com Dedé da Folha (PPS), o mesmo que, há exatos 3 anos e 7 meses, foi classificado por eles em carta aberta à população de Ribeirão Pires (e assinada) como “traidor”.

Vale lembrar a história: Em 13 de dezembro de 2012, a capa do Jornal Mais Notícias ilustrava um fato que – até o momento – pode ser considerado como o maior vexame político de Ribeirão Pires: uma Carta Aberta redigida pelos presidentes de partido da coligação que o deu suporte, a governista Unidos Para Seguir Avançando, condenando uma “traição” por parte do candidato por ela apoiado, o então vice-prefeito Dedé da Folha que teve sua candidatura impugnada por ser “Ficha Suja”.

O grupo movia ação na Justiça Eleitoral visando impugnar a candidatura do vencedor do pleito, o atual prefeito Saulo Benevides, por abuso de poder econômico. Em 11 dezembro de 2012, a pedido de Dedé da Folha, o processo foi retirado.

Dedé declarou que tudo havia sido feito após uma reunião com o grupo – fato veementemente negado tanto verbalmente quanto pela referida carta (leia abaixo), redigida no cabalístico dia 12/12/12 após uma reunião de urgência no gabinete do Prefeito. O documento afirma que os presidentes de PV, PR, PSDB, PTB, PSB, PC do B e DEM “não compartilham e não participaram” da decisão de retirar o processo e que “foram traídos” por Dedé da Folha, que tomou decisão “única e exclusiva” sendo que, para isso “ludibriou” o presidente da coligação (Horn) “igualmente traído” porque foi “manipulado e induzido ao erro” e a tal reunião “nunca existiu”, sendo parte de uma “maracutaia planejada”. Ao final, os subscritos pedem “perdão” aos eleitores que, assim como eles, “se sentem traídos” e “acreditaram na idoneidade” de Dedé da Folha.

No mesmo dia, Marcus Tibério, então presidente municipal do PSDB, se declarou “indignado. Me sinto politicamente vendido”. Antonio Muraki, então presidente do PTB, foi além: “Me espantou ele tomar uma atitude. Mais de 130 candidatos abraçaram a campanha dele, passaram fome, sede, suaram a camisa e foram para a rua. Foi uma decisão infeliz que daqui quatro anos o povo vai julgar”.

Voltado ao fato da semana passada, foi realizado um almoço entre integrantes do PSDB, PR e PHS, que apoiam a pré-candidatura de Rosí de Marco – candidata a vice na chapa de Dedé em 2012 – e também do PPS, partido hoje presidido por Dedé, onde ficou bem encaminhada uma aliança que alçaria o vereador Banha (PPS) como candidato a vice na chapa.

Isso posto, fica a pergunta: o que mudou em Dedé da Folha? Questionamos alguns dos que assinaram a carta e estão na foto que eternizou o encontro. Rosí de Marco afirmou que o fato ficou no passado: “Não existe mais esse grupo. Não faço mais parte do PV, (a assinatura) foi uma orientação partidária. Hoje eu sou do PSDB. Era uma questão dos partidos, não só da Rosi, vice do Dedé na ocasião. Nosso grupo hoje é independente”, afirmou. Ela ainda disse “ver com bons olhos” a aproximação e que “Dedé vem com seus vereadores (do PPS) para somar” e que a conversa é a “a primeira de muitas”.

Já Nonô Nardelli (PR), afirmou “Nós da chapa não achamos (naquela ocasião) que Dedé deveria ter retirado (o processo). Foi uma posição exclusiva dele que não concordamos. A minha posição era não tirar”. Questionado se o fato influenciaria nas conversas de hoje, Nardelli afirmou que “isso não influencia. E nesta reunião não foi nem colocada a candidatura. O Dedé nem pode ser candidato. Estamos montando um grupo, de pessoas de Ribeirão Pires, para tentar ganhar a eleição. Precisamos de um chapa de vereadores forte para vencer e é isso que estamos analisando. Hoje, todos estamos mais maduros. Não se ganha eleição sozinho ou sem abrir mão de vaidades. O interessante é que não venha candidato de fora”.

A ratificação sobre a entrada ou não do PPS no grupo deve acontecer até o final do mês.

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