O transporte público de Ribeirão Pires merece um protesto?

Durante anos, o brasileiro presenciou passivamente as mudanças no aumento da tarifa de ônibus. O preço chegou ao patamar de R$ 3,20 – valor considerado abusivo por muitos, que resultou em protestos que tomaram conta das ruas.

Manifestos por todo País reforçam o descontentamento dos brasileiros.

A principal ferramenta para mobilização e divulgação foram as mídias sociais.  A frente da organização, o Movimento Passe Livre (MPL) que luta por um transporte público de qualidade e estatal, garantindo o acesso universal através do passe livre para todas as camadas da população. A iniciativa teve o apoio de 97 movimentos – 54 no Brasil e 43 no exterior – em cidades como Berlim (Alemanha), Dublin (Irlanda), Cambridge, Nova York e San Diego (todas no EUA). Esta semana, em São Paulo, as manifestações chegaram até ao Palácio dos Bandeirantes e a Prefeitura. No Rio de Janeiro, outro grande protesto tomou conta de toda a avenida Rio Branco.

Ribeirão Pires – A cidade teve o valor da passagem de ônibus reduzida de R$3,30, estabelecido em janeiro, para R$ 3,20 após ação conjunta entre os sete prefeitos da região após a publicação da Medida Provisória 617/13, que entrou em vigor no dia 31 de maio e diminuiu as alíquotas de PIS/COFINS para as empresas de transporte coletivo.

Esse valor, contudo, gera uma série de discussões, primeiramente pelo fato de a cidade de Ribeirão Pires ter percursos mais curtos do que São Paulo que, por sinal, tem uma linha que chega a103 Kmde extensão, a maior do Brasil, circular que vai do Terminal Amaral Gurgel até Cidade Tiradentes. Já as “linhas normais” têm, em média26 kmde extensão, o que, segundo informações de pessoas ligadas a empresa que presta serviços em Ribeirão Pires, é maior do que qualquer outra linha da cidade. Isso posto, não é raro ver munícipes questionando o porquê de se cobrar R$ 3,20 pela passagem em uma cidade como a nossa.

Ainda que, segundo informações, a Prefeitura de Ribeirão Pires, ao contrário da coirmã paulistana, não pague subsídios na passagem, ou seja, o valor seja integralmente pago pelo munícipe. Em São Paulo, onde ele é aplicado, a diferença entre o valor do serviço e o valor da passagem é paga pelo Governo em um valor que, no ano passado, representou cerca de R$ 1,5 bilhão.

Questionamos a Prefeitura de Ribeirão Pires sobre o porquê do valor da passagem ser o mesmo de São Paulo, que custos são utilizados para calcular o valor da tarifa e se existe alguma comissão para fiscalização do sistema, entretanto, não obtivemos respostas até o fechamento desta edição.

Para amanhã, está agendado um protesto contra os valores da tarifa de ônibus, a baixa qualidade dos serviços de transporte e saúde além da gestão da Prefeitura. A concentração está marcada para as 17h em frente ao Terminal Rodoviário.

Segundo os organizadores, o movimento é apartidário e será realizado de forma pacifica. Segundo a Prefeitura, a “Guarda Civil Municipal trabalhará como apoio da Polícia Militar para garantir que o direito da população em realizar manifestações pacíficas seja garantido, bem como a segurança dos demais participantes do ato”. Quem sabe após a manifestação a “caixa preta” dos transportes enfim seja aberta?

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