A incrível capacidade de adaptação dos animais

Eliana Maciel de Góes

Médica Veterinária

CRMV 4.534

A cada momento podemos constatar fatos incríveis e fantásticos que falam da capacidade de adaptação de animais e plantas ao ambiente com o objetivo de, simplesmente, continuar a viver.

Nos animais que vivem nas regiões polares, há uma série de adaptações que tem o objetivo de promover a manutenção da temperatura corpórea constante e em níveis apropriados para a vida normal

Observando os animais que vivem nas regiões polares (regiões onde a temperatura ambiente é constantemente situada abaixo de 0ºC), notamos neles uma série de adaptações que tem o objetivo de promover a manutenção da temperatura corpórea constante e em níveis apropriados para a vida normal, como presença de uma espessa camada de tecido adiposo frequentemente associada à presença de uma pelagem densa e espessa, a presença de pescoço e patas curtos (redução da área exposta aos ventos frios e à água gelada) e um metabolismo adaptado para gerar maior quantidade de energia para manter a temperatura. Como exemplos, temos os ursos polares, as focas e os pinguins.

No caso inverso, quando observamos animais que vivem em climas muito quentes, percebemos outras formas de adaptação adequadas para dissipar mais facilmente o calor do corpo. As girafas, por exemplo, têm as pernas e o pescoço enormes que facilitam a dissipação de calor (apresentam maior área para a troca de calor). Os elefantes africanos têm suas enormes orelhas percorridas por um sistema de vasos sanguíneos intensamente subdivididos, fato que ajuda especialmente na tarefa de promover o resfriamento do sangue a cada abanada das orelhas.

A maioria das aves que nada conta com um sistema de impermeabilização natural da superfície das penas que cobrem o corpo. Próximo à região da cauda, na parte superior, existe uma glândula que secreta uma substância gordurosa impermeabilizante que é retirada pelo animal com a ajuda do bico e distribuída homogeneamente sobre a superfície das penas (principalmente da parte inferior do corpo). A impermeabilização da camada superficial externa faz reter uma camada de ar entre as penas, reduzindo a densidade total destas aves. Isso faz a ave flutuar.

As plantas naturais dos desertos contam com interessantes adaptações para resistir ao perigo da desidratação pela ação do calor. Normalmente, as folhas das plantas são responsáveis pela perda de água por evaporação – assim, quanto mais folhas, maior a perda de água. A perda de água deve ser minimizada a qualquer custo no deserto, e para isto, os cactos transformaram suas folhas em grandes espinhos que também protegem a planta do ataque de certos animais herbívoros.

Bons observadores notaram que sob as árvores que produzem a manga (mangueiras), pouquíssimas plantas conseguem se estabelecer. Uma substância, hormônio vegetal, eliminada através das folhas da mangueira e levada pelas chuvas fica acumulada no solo sob a mangueira e inibe a germinação e o desenvolvimento da maioria das outras plantas. Esta situação garante a mangueira que os nutrientes presentes no solo não sejam consumidos por concorrentes.

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